Dezenas de mortos. Mulheres, crianças e
homens. Este sábado, a Síria, voltou a ser alvo de um ataque com alegadas armas
químicas.
As imagens que nos chegam corroem, matam e
deixam-nos a todos, reféns de uma Humanidade sem futuro.
O mundo persiste num silêncio assustador e na
Síria matam-se seres humanos de todas as maneiras, sem medo, apenas e só com um
objetivo: exterminar um povo.
O problema continua a chamar-se Bashar
al-Assad a quem Donald Trump chamou de «animal» este domingo na sequência do
ataque.
Mas o
animal não é apenas o presidente Sírio, são os responsáveis russos, americanos,
turcos e iranianos.
É a comunidade internacional que consegue ir mais longe do
que sucessivos discursos sem efeito, que não saem apenas daquelas folhas de
papel envergonhadas e manchadas pelo sangue dos inocentes.
Animais
são todos aqueles que guerreiam por um território, repleto de terroristas e
facções religiosas extremistas, que impiedosamente matam civis e dão cabo de
uma população inteira.
O
mundo, esse, continua sereno, a assistir a tudo, lá longe, onde não se ouvem as
bombas, as granadas nem sequer os choros daqueles que morrem em nome de nada.
Não é
a primeira nem será, decerto, a última vez, que falo da Síria neste espaço de
opinião.
No entanto, enquanto a voz me permitir, não desistirei um só dia, um
só segundo, de evocar o silêncio dos inocentes, daqueles a quem calam a voz com
balas de ódio.
*Crónica de 9 de abril de 2018, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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