Os 70 anos de Israel
Três
anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e o extermínio de mais de seis
milhões de judeus, chegava um momento único na história de um povo mártir.
A
14 de maio de 1948 era fundado o Estado de Israel numa parte da Palestina sob
ocupação britânica desde 1920.
A sua criação está igualmente na
origem do conflito israelo-árabe que continua por resolver e que assume, por
estes dias, proporções renascidas após um período mais calmo na região.
Sei que, provavelmente, falar deste
complexo assunto em tão poucos minutos não é, decerto, justo. Mas não podia
deixar passar este momento tão importante para a vida dos dois povos sem aqui o
relembrar.
Se a importante criação de Israel respondeu ao
clamor mundial para a formação de um “lar nacional” para os judeus após as
atrocidades do Holocausto, este facto, acabou, em 1948, por deixar milhares de
palestinianos sem pátria.
Desde esse momento até hoje, conhecemos todos as difíceis
relações entre israelitas e palestinianos na luta pela terra prometida.
O panorama mundial e os interesses na região de
potências como os Estados Unidos foi sempre também um fator de instabilidade.
Atualmente o reacendimento do conflito
agudizou-se pela decisão de Donald Trump ter mudado a embaixada americana de
Telavive para Jerusalém, considerada por israelitas e palestinianos como a sua
capital legítima.
70 anos depois há vários dilemas no
conflito: permanecem bloqueadas as conversações de paz para um acordo global, a
solução que deveria trazer a coexistência pacífica de dois Estados está longe
de se alcançar e dificilmente o conflito terá um fim à vista.
Os EUA de Trump têm feito o que
podem para não deixar que a paz prevaleça. Mas do lado palestiniano também não
há somente vítimas, há bloqueios políticos que permanecem há décadas.
Veremos o que escreverá o futuro, mas
infelizmente, não será muito colorido, a curto prazo, pelo menos.
*Crónica de 21 de maio na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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