Refugiados climáticos: o tema que urge nas agendas políticas e europeias
Continuamos a ter uma Europa
incapaz de lidar com o problema dos refugiados e da imigração.
Há muito que sabemos que os
barcos que atravessam, perigosamente, o Mediterrâneo não transportam apenas a
esperança dos milhões que fogem da guerra ou de conflitos.
O movimento migratório já não é só forçado pela fome e
pelos conflitos armados.
Também as alterações climáticas estão a levar cada vez
mais pessoas a fugir dos países de origem. Não é de hoje nem de ontem. Já o é
há pelo menos uma década.
Este tem de ser o ponto de partida para a União
Europeia ter coragem, de uma vez por todas, e exigir que os 28 Estados-membros
cumpram em termos equivalentes, mediante a sua dimensão económica, social e
política.
Não defendo que Alemanha, Itália ou França tenham as
mesmas obrigações que países mais pobres como Portugal ou a Grécia, por
exemplo.
Porém, o nível de comprometimento deve ser não só
europeu mas também nacional.
Em Portugal, tirando os discursos bonitos do papel,
não vejo nem Governo nem restantes partidos realmente preocupados com a questão
dos povos afetados pelas alterações climáticas.
São vários os especialistas e
estudos que o comprovam: as migrações em massa são um processo de adaptação às
alterações climáticas e devem ser interpretados dessa maneira.
Se não fizermos nada,
continuamos todos a contribuir para uma autodestruição sem precedentes.
*Crónica de 25 de junho, na Antena Livre, 89.7 Abrantes. OUVIR.
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