De Zé Pedro à seleção, a Portugalidade de todos nós!



Este fim de semana foi um tempo de portugalidade. Por dois motivos distintos mas não menos importantes para um povo que, há séculos se habituou, a sofrer em permanência.

Comecemos por Zé Pedro, homenageado na sexta-feira, no Rock In Rio Lisboa, durante mais um concerto dos Xutos e Pontapés neste evento.

O aclamado músico, tão querido pela maioria dos portugueses, faleceu há sete meses e ainda está demasiado viva a ferida que deixou a sua partida.

Foi um momento único e emocionante este concerto, com a maior banda portuguesa de rock de todos os tempos a manter-se firme ante milhares de pessoas que, emocionadas, cantavam cada música com o coração em chamas.

Público esse para quem Tim, Zé Pedro e companhia sempre deram todo o suor dos seus corpos.

Porém, não seria honesta se dissesse que foi perfeito. Estive lá, do início ao fim. Senti, enquanto fã dos Xutos, tudo o que eles sempre nos deram. Porém, a homenagem a Zé Pedro, impulsionada pelo Presidente da República, ficou manchada pelo completo aproveitamento político e social. Ao ver inúmeras figuras de várias áreas da sociedade civil a subir ao palco nesta homenagem tão justa não me pareceu fazer sentido.

Que Marcelo o fizesse, nada teria a dizer. Agora ver figuras como Catarina Martins, Francisco Louçã, Sá Pinto, Júlia Pinheiro, Rita Ferro Rodrigues, Fernando Medina, Ferro Rodrigues e António Costa a aceitarem participar num momento que é de todos os portugueses, daquele modo tão arrogante, foi para mim, desconfortável.

Não fez sentido e, acima de tudo, não era necessário. Ainda assim, foi bonito o momento e percebemos todos que nada nem ninguém substituirá um dos nomes maiores da música portuguesa. Fazes e farás sempre muita falta, Zé!

Por fim, uma palavra para a seleção portuguesa de futebol, eliminada do Mundial de Futebol frente ao Uruguai.

Por mais que os sonhos fossem altos, sabíamos todos das fragilidades da nossa seleção e sei que os portugueses estavam, no fundo, preparados para isto. O mais importante? A força coletiva impulsionada por um homem chamado Cristiano Ronaldo. A maior das lições? Seja nos bons ou nos maus momentos, o mais importante nas nossas vidas é sabermos que lutámos e fizemos tudo o que podíamos para alcançar os nossos objetivos.

Umas vezes chegamos lá, outras ficamos a meio do caminho.

Nem sempre podemos ganhar, mas isso não faz de nós piores seres, ou um povo menor.

Seja como for, a Portugalidade destes dois momentos contribuirá, certamente, para o reforço da estrutura desta Nação, sempre valente e imortal. Não duvido e sei que vocês, caros ouvintes, também o sabem.

*Crónica de 2 de julho na Antena Livre, 89.7 Abrantes. OUVIR

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