Marcelo e o jeito que dá a «boa imprensa»
Crédito: PR |
A tradicional mensagem de Ano Novo do Presidente da República consumou-se, como sempre, neste dia 1 de Janeiro à noite.
O Presidente Marcelo perde cada vez mais a congruência que
sempre o pautou.
Nesta mensagem de Ano Novo em particular, e antecipando eleições legislativas,
europeias e regionais (Madeira) deste ano, apelou aos partidos que tenham «bom
senso» na hora da campanha e que esqueçam «arrogâncias e radicalismos».
Um dos
seus maiores erros tem sido a falta de sensatez e o da ingerência permanente em
assuntos que dizem respeito à esfera governativa.
E se há Governo que claramente precisou fazer ajustes –
entre a esquerda que o suporta e a Presidência da República – é o de António
Costa.
É por isso que Marcelo – Presidente não pode pedir aos
outros aquilo que ele próprio, enquanto Chefe de Estado, tem perdido a mão.
Irónico ou não, no mesmo dia, Marcelo marcou presença na
tomada de posse de Jair Bolsonaro enquanto 38.º Presidente do Brasil.
Sabemos
bem que o protocolo o exige e era obrigatório Portugal estar presente na
cerimónia. Mas nem aqui Marcelo teve coragem de dizer o que pensa sobre as
loucuras que pautaram o discurso eleitoral do novo líder brasileiro.
Marcelo continua a ser a estrela do povo português, o homem mais fotografado em jeito selfie, mas
Marcelo é, ao mesmo tempo, ofuscado na dimensão em que outros no seu lugar não
poderiam fazer o mesmo, sob pena de serem excomungados à primeira.
A boa imprensa – que deu muito trabalho a conquistar – ajuda
muito. Ou melhor, consegue tudo.
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