O assalto à CGD cuja fatura final ainda não chegou

Foto: Lusa 

Que a má gestão na Caixa Geral de Depósitos era há muito uma suspeita, todos nós já sabíamos. 

Uma suspeita sempre alicerçada em nomeações motivadas por "amiguismo", alternada entre PS e PSD, consoante a mudança de Governo.

O banco público, que todos nos diziam ser o suporte e exemplo do sistema financeiro, andou sempre a governar-se com dinheiros públicos, sempre que as coisas tremiam nos corredores da CGD e de São Bento. 

Até mesmo no fim da palhaçada os seus administradores tentaram esconder do Parlamento os resultados da negra auditoria agora conhecida. Triste, imoral e revelador dos interesses instalados no banco do Estado português.

Mais. Ficamos agora todos  a saber que no ano em que trocou a Caixa Geral de Depósitos pelo BCP, Armando Vara recebeu um bónus de 167.426 euros do banco público referentes a 2007.

Esse ano marca, de acordo com a auditoria independente da EY à Caixa, o início de um período negro na história do banco público, com processos de concessão de créditos milionários que violaram ou, pelo menos, ignoraram os alertas de risco.

Foi um lavar de almas penosas. Emprestou-se dinheiro a rodos, a tudo e a todos, sem previsão de risco e cobrança. Sem a mínima responsabilidade pública. Os contribuintes que paguem a fatura, pensaram todos eles. E tristemente pagamos. 

Agora haverá uma Comissão Parlamentar que, alegadamente, nos vai esclarecer. Pautada por guerras político-partidarias, os partidos vão usá-la como arma de arremesso rumo às legislativas deste ano. 

Pese embora digam todos que nós, tristes financiadores dos milhões que outros receberam, merecemos saber a verdade, a única verdade é a de que o assalto à CGD dura há décadas.

Eu cá aposto que ainda vamos ficar a saber que a corrupção andou por lá. É uma questão de tempo. 

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