Dívidas ao fisco: o lado negro de uma máquina que (continua) a emperrar
Soubemos esta semana que, entre 2014 e 2016, a Autoridade Tributária deixou fugir, assim, como quem não quer a coisa, mais de mil milhões de euros em dívidas fiscais.
Os dados surgem no âmbito de um relatório divulgado sobre a auditoria da Inspeção Geral de Finanças à eficácia do desempenho do Fisco na recuperação dos créditos tributários em processos de insolvência.
São 1090 milhões de uma dívida total de 4451 milhões.
A pergunta, retórica, e que faço há anos, é sempre a mesma: até quando a máquina fiscal, tão bem oleada para algumas coisas, emperra noutras, e em situações que são de máxima prioridade?
A fuga aos impostos é um clássico em Portugal. A incapacidade de recuperar o dinheiro à solta, também. O mais dramático é que são sempre os mesmos do costume a pagar as obrigações de outros que fugiram às suas responsabilidades.
Enquanto tivermos um Estado incapaz de cuidar do dinheiro público de forma séria e responsável, os milhões de impostos devidos de alguns continuarão a voar. E os outros - a maioria - que pague os seus e os impostos dos "fugitivos" do costume.
E lá continuaremos todos a pertencer a uma sociedade fiscal injusta e incapaz de ser firme na forma como cobra os impostos aos seus contribuintes.
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