Marcelo e os juízes. O resto é paisagem
Marcelo Rebelo de Sousa, numa correria contra o tempo e a caminho das férias, deu esta manhã um acordar bonito aos portugueses, com a aprovação, à boa moda marcelista, de 16 diplomas.
Dizem os jornais que, até ao fim de agosto, são 100 ao todo o número de leis que tem na sua secretária.
É certo e sabido que a sua inclinação para aprovar o aumento de 700 euros aos juízes era quase certa. Assim o provou. O que é lamentável é que, ao mesmo tempo que aprova a subida salarial, venha dizer aos deputados que o ato cria um fosso e uma desigualdade sociais. Compara até a outros cargos da Administração Pública que já ganham acima do primeiro-ministro.
É preciso ter uma lata gigantesca para dizer uma coisa e o seu contrário.
A questão não é o aumento dos juízes. A questão são outras classes da esfera pública - PSP, GNR, PJ, Forças Armadas, Saúde, Educação e até na própria Justiça - que ganham misérias e têm profissões de risco. Mais até do que a magistratura.
Só um cego não vê onde foi parar este Presidente. Marcelo tinha tudo para ser de facto o Presidente de todos os portugueses. Reúne características ímpares que o colocavam como alguém capaz de equilibrar a balança. Mas há muito que mostra que perdeu o norte.
Veremos até onde irá, porque, para mim, um segundo mandato, virá por aí. Resta saber até que ponto o país quererá uma estrela rock star em Belém ou lhe dará um cartão amarelo para que a calma lhe assista mais vezes.
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