Legislativas 2019: CDS promete baixar IRS em 15% até ao final da legislatura
“Libertar as famílias e as empresas da maior carga fiscal de
sempre”. Este é um dos grandes objetivos, escancarado no programa eleitoral do CDS-PP para as legislativas de 2019.
Olho para o que está lá escrito e só me recordo da velha e
penosa frase de Vítor Gaspar quando, após a entrada da Troika em Portugal, em
outubro de 2012, o então ministro das Finanças do Governo de coligação PSD/CDS,
nos disse a todos: «embora este aumento
enorme de impostos seja um aumento de impostos que não persistirá para sempre,
que precisará de ser diminuído, ele será diminuído ao ritmo que conseguirmos
efetivamente diminuir a dívida pública, e consequentemente não é vantajoso fazer
comentários sobre calendários específicos».
É este cansaço retórico
dos partidos de poder que cansa o eleitorado. Fingirem que hoje defendem políticas
melhores que as dos outros, quando no passado fizeram diferente (independentemente
das razões e das suas circunstâncias).
Para os que não conhecem, eis o que propõe o CDS nestas
eleições, em matéria fiscal:
“1. O CDS compromete-se a baixar em 15% a taxa efetiva média
de IRS dos portugueses até 2023, o que implica baixar em 2 pontos percentuais a
taxa média efetiva da maioria dos agregados. Ou seja, em média, no final da
legislatura, os agregados pagarão menos 15% em IRS.
2. Comprometemo-nos a colocar o IRC a 17% já em 2020,
recuperando a reforma do IRC. Uma reforma que, recorde-se, aumentou a receita
ao baixar a taxa de impostos. O nosso objetivo é, no prazo de seis anos,
equiparar o IRC de Portugal com o IRC da Irlanda, o país que melhor tem
conseguido utilizar a competitividade fiscal enquanto instrumento de
crescimento.
3. A redução do IRS será financiada por 60% do excedente
orçamental previsto no Programa de Estabilidade para quatro anos. Não é
necessária qualquer redução de despesa adicional. Se há um excedente
orçamental, ele tem de servir para devolver aos portugueses os frutos do seu
enorme esforço.
4. Temos de deixar um mundo melhor para os nossos filhos.
Mais dívida significa que eles terão menos liberdade de escolha. Se, no âmbito
da nossa reforma fiscal, 60% do excedente serve para reduzir o IRS, os
restantes 40% servem para evitar impostos futuros, pagando a dívida. O CDS
aposta em ter um saldo estrutural das contas públicas tendencialmente positivo”.
E há igualmente uma medida que é proposta mas que nos deixa
vazios quanto ao seu custo:
Ficamos à espera das contas (que decerto não chegarão).
Quer quiser conhecer as propostas do CDS às legislativas de
6 de outubro, pode aceder aqui. Voltaremos a outras, mais tarde.
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