Legislativas 2019: a "festa" do costume

Eleições legislativas realizam-se a 6 de outubro


Após um período de férias, também de crónicas, eis que estamos todos de regresso às nossas vidas, à escola, ao emprego e a uma campanha eleitoral que nos promete muita festa daqui até 6 de outubro.

A três semanas das legislativas, a esquerda dá uma tareia à direita em matéria de confronto político.

Entre debates, reentrés e pré-campanha, o PS faz um caminho sólido, sem grandes suores, empurrado por alguma esquerda, é certo, que pretende ir mais além do que ser uma mera bengala na próxima legislatura. Falamos, claro está, do Bloco de Esquerda, que vai piscando o olho ao voto útil dos socialistas que não querem maioria absoluta.

As sondagens ditam um passeio no deserto das alternativas, com vantagem certa de António Costa, que vai alertando as tropas do Largo do Rato, para não cruzarem os braços, pois ainda há muita procissão para fazer.

Das 21 forças políticas que vão a votos nas eleições de 6 de outubro, poucas serão aquelas que elegerão um deputado dos 230 que irão compor o Parlamento.

Na verdade, estas legislativas são, provavelmente, as menos renhidas de que me recordo.  

A direita segue encalhada, sem rasgos e sem mostrar que é capaz de inovar com um projeto arrojado e alternativo.

Rui Rio arrisca-se a uma tareia à moda antiga, deixando o PSD num estado ainda mais decrépito.

Assunção Cristas vai fazendo o que pode pelo seu CDS mas sem o brilho de outros tempos e circunstâncias.

O facto de o seu parceiro de lides estar mais moribundo do que nunca, não ajuda a trilhar o combate contra a geringonça, e a líder centrista vai fazendo o que pode, agarrando-se à sua experiência e trunfos políticos.

Por tudo isto, não esperemos uma campanha viva, porque já percebemos todos que isto não sendo favas contadas, também não trará por aí nenhuma surpresa de maior.

O pior inimigo? A abstenção que, em 2015, chegou aos 44,14%.

Veremos até onde os portugueses irão levar o PS e a geringonça. Este é o momento-chave para percebermos o que pensa o eleitorado desta alternativa que governou o país nos últimos quatro anos.

Até lá, siga a festa, as arruadas, os comícios e os jantares por esse país fora. É também isso que ainda faz as campanhas. Ou não fosse Portugal um país de folclore.

*Crónica de 16 de setembro de 2019, na Antena Livre 89.7 Abrantes. OUVIR

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