A voz das ruas
De Hong Kong a Londres, de Madrid a Barcelona. Mas também
noutras cidades de todo o mundo, desde a América Latina até ao Médio Oriente.
São inúmeros os movimentos civis que, em 2019, mostram que a rua também é
poder.
Por razões tão diversas mas com o ponto em comum das
liberdades individuais de cada povo, as manifestações que temos assistido têm
descambado em violência e em aproveitamentos políticos.
Se em cada início de história é o pacifismo que comanda a
luta, na verdade, algumas destas rebeliões têm sido influenciadas por
radicalismos.
Os grupos extremistas, que na Europa têm sido controlados
q.b., aqui e ali, vão conseguindo infiltrar-se e contribuem para aumentar as
fogueiras que há muito estão ateadas.
É por isso que o perigo maior que pode sair destas
manifestações a que temos assistido, nos últimos meses, é, sem dúvida, o de
permitir que se crie espaço para grupos, políticos, partidários e
nacionalistas. É também o perigo de se confundirem com a sociedade que, de
forma livre e democrática, expressa a sua opinião nas ruas.
Se em cada início de história é o pacifismo que comanda a luta, na verdade, algumas destas rebeliões têm sido influenciadas por radicalismos
Contudo, com ações extremistas a imporem-se, as massas
correm o sério risco de se transformarem em manchas de ódio para as opiniões
públicas nacional e mundial.
E isso é tudo aquilo que contraria o grito das ruas.
*Crónica de 21 de outubro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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