António Lobo Antunes: a inquietação permanente em mim
Fascina-me a sua veia literária, encanta-me a doçura de um escritor que comecei a ler era ainda uma adolescente.
A morte é uma puta e eu decidi que havia de lutar como um cão
Também lhe reconheço um feitio muito próprio, para muitos, designado de mau feitio. Eu prefiro chamar-lhe traço de personalidade. Talvez porque me identifique com ele em tanta e tanta coisa que, hoje, aos 77 anos de idade, ainda mantém com uma eloquência ímpar.
De tantas entrevistas que já li e vi, mais uma onde o seu pensamento ecoa em forma de fogo nas almas mais inquietantes:
De tantas entrevistas que já li e vi, mais uma onde o seu pensamento ecoa em forma de fogo nas almas mais inquietantes:
- "Um livro é um organismo vivo que nos escapa";
- "Não tenho computador, não tenho telemóvel, não tenho carro";
- "A minha mãe ensinou os filhos todos a ler";
- "O meu pai gostava de ter deixado aos filhos o amor das coisas belas";
- "É hipócrita a relação que temos com Deus quando estamos doentes. Não acredito que haja ateus";
- "Nunca vi ninguém morrer com medo. As pessoas quando morrem ficam com uma grande dignidade. Estão numa paz para além de nós";
- "A presença invisível dos mortos está sempre connosco";
- "Conseguimos ser alegres apesar de termos saudades de tanta gente";
- "Há momentos tão solitários para toda a gente";
- "As pessoas estão a sofrer ao nosso lado e nem reparamos";
- "Gostava de escrever poesia, mas não tenho talento. Poeta é Camões, Bocage e Antero";
- "Não sou modesto, mas sou honesto";
- "Escrever é uma forma de lutar contra o que é reles e ordinário";
- "A morte é uma puta e eu decidi que havia de lutar como um cão";
- "As mulheres são sempre mais corajosas do que nós";
- "Nós precisamos que nos toquem e não nos tocamos";
- "Há lá coisa melhor do que um amigo? E quando o amigo é nosso irmão, melhor ainda! Não perdoo a traição de um amigo";
- "Não falamos de livros. Mas livros é como o amor, a gente faz, não fala".
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