Benesses gratuitas, ideias estapafúrdias


Vivemos num tempo em que se inverte, à descarada, os princípios e regras mais elementares de uma sociedade.

Esta semana insurjo-me contra a ideia estapafúrdia da ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, de premiar os funcionários públicos menos faltosos.

Ainda estou incrédula. Premiar quem, no estrito cumprimento da sua função, é escorreito. Destacar o óbvio. Dar benesses que não o são.

Estamos perante um enorme atestado de estupidez passado a todos nós.

Senão vejamos, imaginem que Euromilhões não nos sairia a todos se, por cumprimos a nossa obrigação, nos dessem benesses para tal.

Chegamos a uma dimensão que não consigo compreender. Digna apenas de um Governo que abre cordões à bolsa para gabinetes ministeriais, que se esquece da lógica mais básica de um Estado de direito e que não distingue equidade entre cidadãos.

Com o PS deixamos de ser um Estado de direito para passarmos a ser um Estado de duplos direitos, dando uma vez mais primazia a alguns cidadãos em detrimento de outros, no caso a não punição por quem prevarica.

Se alargarmos a comparação ao privado, percebemos todos em que planeta vivem os contribuintes que trabalham no setor público. E em que Planeta vive o Governo do Partido Socialista.

É este o país que temos. São estes os governantes que elegemos.

Um dia destes criam um novo imposto apenas e só porque é preciso tributar o oxigénio que respiramos.

Siga. Que a legislatura é longa e as asneiras também.

*Crónica de 4 de novembro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR

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