Carlos Pinto Coelho: um brilho que não esmorece



Passaram nove anos. Sem ti. Sem os teus sorrisos, sem as tuas gargalhadas, sem os teus alertas de perigo. Nove anos. Que passaram este domingo, sem ti nas nossas vidas. Nas vidas daqueles que marcaste. O 15 de dezembro ficou cá, na memória de todos aqueles que tiveram de te largar, de te deixar partir.

As palavras soam sempre a redundantes. O tempo ajudou-me a compreender como lidar com a tua ausência.

O conforto que me ensinaste a ter fez com que percebesse que, como dizia Miguel Torga, “ter um destino é não caber no berço onde o corpo nasceu, é transpor as fronteiras uma a uma, e morrer sem nenhuma".

O teu brilho há-de sempre iluminar-me. Onde quer que vá, tenho-te a meu lado. Sinto-te nas alegrias, mas também nas fraquezas.

Continuas-me a conduzir por entre caminhos que nem sempre são fáceis. De ti, confesso, que nunca me despedi. Contigo, falo todas as manhãs, noites e tardes, sempre que a negra nuvem se apodera de mim. 

Que a luz que me deixaste jamais esmoreça e se apague. Sem ela, sou aquela cria que se perdeu por instantes, assustada, à procura da mãe.

Esta crónica é dedicada à memória de Carlos Pinto Coelho, jornalista maior deste país, e que lecionou jornalismo na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes há quase 20 anos. Passou este domingo nove anos sobre a sua morte.

*Crónica de 16 de dezembro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR

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