Facebook: a economia de mim
Economia. Ciência.
Palavra que no dicionário nos mostra caminhos de sobrevivência, enquanto regras, habilidades para gerir processos. Proveitos, harmonia, rumo à organização. Um sem fim de significados.
Uso o termo para uma espécie de partilha, daquelas de que tanto gosto e que, com a idade, aprendemos a partilhar apenas com um grupo restrito de pessoas. As que verdadeiramente nos dizem muito.
Pois bem, no início de tudo, o meu início, diga-se, encarei o Facebook como uma rede onde pudesse partilhar ideias, pensamentos, assuntos, numa espécie de tertúlia à moda antiga, daquelas onde ainda cresci com gente mais velha que eu e que tanto me ensinou a verdadeiro simbolismo da tal partilha.
À medida que os anos - e a rede - se foram somando, percebi que estava enganada. E reajustei-me. Passei a economizar no tempo que lhe dedicava. Passei a selecionar, algo que me valeu muito, já que foi a fórmula para conviver com a rede, esta em particular.
Nenhuma rede sufoca tanto como o Facebook. Nenhuma também se reduz a nada como ela. Exceção feita ao Instagram que é uma outra dimensão, mais de palco e imagem que qualquer outra (incluindo nos dias que correm o Facebook).
A cada ano que passava voltava a economizar, chegando ao ponto E: de equilíbrio. Como não posso passar sem ela - devido ao trabalho - tive de me ajustar. De me gerir. De me economizar.
Sem essa economia, em que prescindo do aparentemente caro (vulgo lixo e exuberante) para usufruir do barato (simples, genuíno e humilde), jamais conseguiria a tal harmonia "económica" (leia-se, equilibrada) de lidar com tanta diversidade, vá!
Tive momentos em que ponderei até encerrar a conta e criar outra, apenas e só para o trabalho. Desisti. Porque à boa maneira dos génios tecnológicos, rapidamente percebi que isso era apagar uma parte histórica (com registos de texto e imagens) da minha vida. Vida essa que desde o primeiro momento sabia que partilhava com os tais génios, na tal gaveta dos números onde gravam a nossa privacidade.
Ciente de tudo isto, e de que não estando era também colocar em causa fontes de informação que representam ferramentas do meu trabalho, rapidamente aceitei perder a batalha.
Ainda assim, aprendi a defender-me, engavetando a sete chaves todos os que me estavam a desfalcar. Baralhando e voltando a dar, aprendi a economizar-me. A poupar-me.
Nos entretantos dos anos, do tal tempo que não perdoa, olho para o Facebook e mais não é que uma neblina, que desaparece com o avançar do dia. E a noite, a noite, é uma Lua leve, que quase se substitui ao Sol. Mas como a Economia é sempre amiga de tudo, às vezes o défice afunda, outras melhora. Depende tudo da perspetiva e da importância que damos às coisas.
Era só isto. Ah! E de que, para mim, os blogues, coisas que remontam ao tempo das Cavernas, voltaram a ter mais sentido, na prosa e naquilo em que realmente acreditamos.
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