Greta Thunberg: a causa devia ser maior do que o ruído. Mas não é. Tristemente.



Já nesta antena falei de Greta Thunberg.

Volto ao tema porque há realidades que, por mais que tente, não consigo entender.

A sociedade digital desfaz uma miúda de 16 anos de forma gratuita e enche-se de moralismos falsos para a condenar.

Falamos de uma jovem que decidiu abraçar uma causa, uma causa que devia ser de todos nós.

Milhares de cientistas alertam para o drama das alterações climáticas há anos. Avisam-nos sobre o sufoco que será viver neste planeta se nada for feito. Sobre esses alertas nunca o alarido foi tanto.

Contudo, e pese embora os aproveitamentos que eventualmente possam estar a acontecer, na verdade o mais importante é a causa e o impacto que a mensagem simboliza.

É por isso que me chocam todos aqueles que gozam com Greta. Porque ridicularizar Greta é ridicularizar a causa, é brincar com as nossas vidas e com as das gerações vindouras.

Somos ótimos a destruir, já a construir, somos um autêntico desastre.

Greta sustenta-se nas vozes científicas. Nos dados comprovados por quem sabe. Ridicularizá-la e também pôr em causa aquilo em que acreditamos, partindo do pressuposto de que acreditamos na realidade das alterações climáticas.

A todos vós que condenam Greta Thunberg eu pergunto: o que fazem vocês todos os dias pelo Planeta?

Decerto alguma coisa. E isso vale muito. Por essa razão, olhem bem para uma simples jovem que fez também o que estava ao seu alcance.

E ainda bem que o fez. Porque não haverá futuro se continuarmos a poluir as nossas ruas, a destruir os nossos solos, a usar o recurso água como se ele fosse infinito e a maltratar os nossos territórios.

*Crónica desta segunda-feira, 9 de dezembro, na Antena Livre, 89.7 Abrantes. Ouvir

Comentários