Natal 2019: Costa, o primeiro-ministro experiente que acerta o alvo da mensagem

Mensagem de Natal de 2019 foi gravada na Unidade de Saúde Familiar (USF) do Areeiro, em Lisboa

Nesta quarta-feira à noite, foi emitida a tradicional mensagem de Natal do primeiro-ministro de Portugal.

António Costa, político e “animal” experiente nestas coisas da mensagem política e que atinge o alvo, escolheu o Serviço Nacional de Saúde (SNS) como tema principal.

Ao dirigir-se aos portugueses, o primeiro-ministro não lembrou apenas os portugueses do que o PS tem feito no domínio da Saúde bem como não esqueceu o legado que os socialistas reclamam para si no que toca ao SNS.

António Costa admitiu, por outro lado, que há ainda muito por fazer, e entre números de discurso político, lá foi admitindo que “há vários problemas por resolver”.

Foi inteligente e muito importante a escolha do tema. O SNS é, talvez, o serviço que mais faz falta aos portugueses, a milhões que não podem pagar a saúde privada, e que estão à mercê da rapidez do Estado para se salvarem. Muitas vezes é apenas nele – no SNS – que reside a esperança entre morrer e viver.

Quem conhece bem os corredores dos hospitais públicos sabe bem da dureza do sofrimento perante um sistema que, não sendo perfeito, é hoje um dos maiores tesouros das vidas de todos nós. Sem ele não seria possível à maioria da população ter um bocadinho mais de bem estar.

António Costa elegeu, nesta mensagem de Natal, um conjunto de propostas que, garante, este Governo não deixará cair: "o Orçamento do Estado para 2020 contempla o maior reforço de sempre no orçamento inicial da saúde e confere maior autonomia aos hospitais para garantir uma maior eficiência e responsabilidade na gestão do seu dia a dia. O programa de melhoria da resposta do SNS que aprovámos recentemente prevê ainda um conjunto de investimentos em infraestruturas e equipamentos de saúde, autoriza a contratação de mais 8400 profissionais de saúde - médicos, enfermeiros e outros profissionais - , bem como o pagamento de incentivos para a redução das listas de espera através da realização de mais cirurgias e mais consultas, incluindo ao sábado. Vamos também continuar a alargar a oferta de médico de família".

O primeiro-ministro foi inteligente ao escolher a Saúde para chegar aos portugueses no dia de Natal. Ao mesmo tempo, acalma as hostes de Belém, mostrando, pelo menos, na teatralização, que a Saúde é uma bandeira prioritária para os próximos quatro anos.

Goste-se ou não de Costa, é de primeiros-ministros com mão de ferro que o país precisa. Resta saber se, à boa moda socialista, as reformas são estruturais ou apenas uma maquilhagem de circunstância, deixando esqueletos no armário para alguém roer a longo prazo.

O tempo, como sempre, em política, é o melhor aliado dos políticos.

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