Novo Banco e BCP: um eventual negócio que é uma nuvem (cinzenta)



A banca portuguesa está longe de estar no caminho de serenidade desejável.

Depois da turbulência que viveu nos últimos 20 anos, desde o BPN ao BPP, passando pela ruína do BES e pela queda do BANIF, a estabilização está agora numa fase de amadurecimento.

Outra coisa não podia ser. Um país com uma banca instável é um país que não progride economicamente e que deixa a governação política à beira de um ataque de nervos.

Nos últimos dias surgiu a notícia de que está em marcha uma solução para o Novo Banco e que pode passar por um negócio que envolve o BCP. Quem o anunciou aos quatro ventos foi o jornalista Pedro Santos Guerreiro, na TVI.

Pese embora ainda tudo não passe de uma mão cheia de nada, a verdade é que, a fazer fé no que poderá vir a ser este negócio, aparentemente esta seria talvez uma solução de estabilidade, sobretudo para os cofres do Estado.

No Orçamento do Estado para 2020 estão previstos mais 600 milhões de euros de injeção financeira para o Novo Banco, verba que se enquadra no Fundo de Resolução criado para ajudar a recuperar o que sobrou do amaldiçoado BES.

Ao todo, só em dinheiro público, dos bolsos dos contribuintes, já saíram cerca de 2 mil milhões de euros.

Mesmo sem saber se este eventual negócio entre BCP e Novo Banco virá a concretizar-se a verdade é que, aparentemente, seria uma boa solução para todos.

Os bancos têm de saber caminhar sozinhos, não podemos cair na tentação da última década, de derrocadas dantescas, em que o Estado, que conta os cêntimos para a Saúde, para a Educação, para a Justiça e Forças de Segurança, faz de tudo para salvar bancos em falência.

Já chega de sacrificar os portugueses em nome da salvação da banca e dos crimes e luxos dos seus banqueiros sem escrúpulos.

Por fim, quero desejar a todos os ouvintes da Antena Livre sinceros votos de um Santo e Feliz Natal.

*Crónica de 23 de dezembro, na Antena Livre, 89.7 Abrantes. OUVIR

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