Um contra-senso chamado Joacine



Joacine Moreira, a deputada do Livre, eleita nas últimas legislativas é, para mim, passado tão pouco tempo, um contra-senso.

Se quando foi eleita, parecia representar uma lufada de ar fresco, a verdade é que, polémica atrás de polémica, já provou que o lugar que conquistou é maior do que a sua ainda frágil inexperiência.

Contudo, a falta de pulso, a adaptação à nova realidade, tudo isso eu entendo. O que se torna, de todo, incompreensível é que a deputada do Livre se vitimize diariamente, colocando nos outros a espada da maldade e da pobreza de caráter. O feminismo radical que está mostrar já a conduziram a becos sem saída e ainda a procissão vai no adro.

Os episódios são tantos que quase já não nos lembramos do primeiro. Claramente há um mal-estar patente entre um partido que satisfaz alguma franja da esquerda, e a sua deputada. Por momentos, nas últimas semanas, não soubemos quem é o Livre e quem é Joacine.

Junte-se a isso a inexplicável posição da parlamentar em recorrer à proteção da GNR, imagine-se, por causa desses selvagens chamados jornalistas e temos a cereja em cima de um bolo que quando saiu do forno já vinha podre.

É irónico que um partido chamado Livre demonstre, através da sua única representante em São Bento, laivos anti-democráticos e atente contra a liberdade de imprensa na nossa Casa Maior da Democracia.

Joacine ainda não percebeu como funciona o Parlamento e muito menos o trabalho árduo de um jornalista nos corredores da Assembleia.

Isso não tem mal. O que incomoda é que, em apuros, a triste deputada ataque tudo e todos e perca a noção dos mínimos de humildade.

A culpa não é sua. A culpa é da liderança – ou falta dela – do seu partido que a deixa à solta e sem escrutínio. Talvez isto tudo tenha sido necessário para desviar as pedras duras (e naturais) num caminho chamado Parlamento.

*Crónica de 2 de dezembro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR

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