Marcelo: baralha e volta a dar circo em primeira fila


Com a chegada do novo ano, chega também a tradicional mensagem do Presidente da República. A receber 2020, Marcelo, com saudades que andava de palco - a sua contenção, já aqui o escrevemos, era um esforço e martírio esperados - decidiu montar o circo e ir até à ilha do Corvo, nos Açores.

Com ele, arrastou - e permitiu - dezenas de jornalistas sedentos de ter de volta Marcelo "estrela". E Marcelo não fez por menos, não defraudou, tendo até tomado o já famigerado banho do dia 1 de janeiro. 

Sabemos todos que, viver no Corvo, não é como viver em Lisboa. Ali, tudo tem mais significado pelas difíceis condições de vida, pela falta de progresso, pela ausência de rebuliço. Mas Marcelo podia ter ido sem o espetáculo degradante a que se prestou. Sem o folclore de diretos que não acrescentam nada a um Presidente que já não é o que era.

De lá também enviou ao País - e ao Governo e Oposição - a sua mensagem de Ano Novo. Morna, dando cravos e ferraduras em todos, mas mantendo as relações do bem, como assim dita Marcelo.

Este não será o Presidente do contra-poder, para muitos que ainda esperam que haja reviravolta. Nem esta é a função de um Chefe de Estado. Mas Marcelo tem a obrigação de endurecer o discurso quando assim tem de ser. E isso, em tantas ocasiões recentes, não se viu. Vimos sim um Presidente encostado a uma parede chamada Costa&Centeno.

Aconteça o que acontecer - com ou sem recandidatura - Marcelo perde gás, e entre erros e correções, recatos e silêncios, regressa sempre ao seu lugar natural: o do palco mediático. Não há volta a dar. Quando é mais forte do que nós, não há estratégias que resultem. 

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