PSD: uma ressurreição suspensa
Dois mil votos. Foi esta a distância entre vencer e perder este
sábado na segunda volta das diretas no PSD.
Olhando para os resultados da primeira volta – com mais um
candidato na corrida, Miguel Pinto Luz – dificilmente o reforço da liderança
fugiria a Rui Rio.
Assim foi. Contudo, não é esta confirmação que resolve os
problemas profundos do maior partido da Oposição. A ressurreição para o lugar
que conquistou na vida política nacional está longe de chegar.
A maior luta de Rio, ao contrário do que ele pensa (e diz), ainda
não é o País. A sua maior luta é a união interna, que está ainda muito longe de
acontecer.
Para chegar ao País, o presidente do PSD tem muito caco por
juntar. E esta parece ser a maior dificuldade, que não é de agora, é desde o
primeiro dia em que chegou à presidência do partido.
Enquanto não houver um rasgo, uma mudança efetiva, em que
seja visível a união, de norte a sul do país, a travessia do deserto será
longa.
Rui Rio caminha para esse fracasso. Ele próprio o sabe. Ou
descola deste cinzentismo tenebroso e ausência de firmeza partidária, ou Rio
corre o sério risco de deixar um legado sombrio e sem marca na São Caetano à
Lapa.
Posicionar o partido ao centro pode ser a solução ou o
fracasso, sobretudo pelas mudanças que o espectro político nacional tem vivido
nos últimos anos, seja à esquerda ou à direita.
Veremos onde a liderança – fragilizada- de Rio chegará. Luís
Montenegro perdeu mais uma vez. Avisa já que não vale a pena os jornais “anunciarem
a sua morte política”. Já o sabíamos. Continuará a “andar por aí”, resta saber
que destino o espera. Olhando para o futuro, não há cor que se vislumbre, nem
luz que brilhe. O túnel é demasiado longo e a sua travessia interminável.
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