O perigo dos extremismos em Portugal
Os cidadãos, as
instituições ou os partidos políticos perdem a Razão quando, em nome do
populismo, abrem a boca do discurso radical para dizer disparates e ofender os
seus alvos.
Serve esta nota
introdutória para condenar veemente as recentes declarações do deputado do
Chega, André Ventura, sobre Joacine Catar Moreira, a conhecida e inexperiente
deputada do Livre.
Recordamos os nossos
ouvintes que Ventura disse que Joacine devia ser deportada para o seu país de
origem. Mais tarde, não contente com a triste declaração, André Ventura ainda
teve a lata de acrescentar que acredita que a ideia tem o apoio da maioria dos
portugueses.
É bom também
esclarecer que esta declaração decorre de uma outra, defendida pelo partido de
Joacine que defende que todo o
património das ex-colónias presente em território português fosse restituído
pelos países de origem de forma a “descolonizar” museus e monumentos estatais.
Olhando para um e outro comportamento, é só triste que dois
pequenos partidos, que ganharam nas urnas o direito de se baterem pelas suas
ideias, o façam, em extremos opostos, da forma mais idiota que podiam.
As forças políticas mais pequenas perdem sempre a
oportunidade de crescerem e criarem confiança no eleitorado que os escolhe
precisamente pela falta de seriedade em que lavram em nome de nada.
Apenas
me pergunto: onde podem eles chegar assumindo posturas extremistas e radicais
deste género? Que confiança e futuro podemos depositar neles se não chegam às
pessoas de forma limpa? O que André Ventura e Joacine representam neste momento
é uma ilusão criada nas suas próprias cabeças. Uma ilusão que os descontrola e
que envergonha qualquer cidadão deste país.
Em
lados opostos, o Chega e o Livre, bem como os seus protagonistas, condenam-se
ao fracasso e ao circo.
O
caminho está aberto: no final da Legislatura o destino será cumprido.
*Crónica
desta segunda-feira, 3 de fevereiro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
Comentários