Festa do Avante: as liberdades não são todas iguais à luz da Constituição

Foto: PCP

Em tempos de pandemia, a Política nunca deixa de o ser. Por mais crises que tenhamos e que venham, a Política nunca abandona o seu lugar nem os seus líderes as suas missões.

Não sabemos como a crise sanitária estará em setembro, e também é verdade que vivemos tempos de incerteza, mas colocar a classe política acima do país, abrindo exceções, é tratar uma Nação de forma diferente, é não cumprir a Constituição que António Costa tanto cita para justificar o injustificável.

Serve isto para falar da polémica que surgiu na última semana sobre a Festa do Avante.

O Governo anunciou a proibição dos festivais de música até 30 de setembro. Ora, como sabemos, são dezenas os eventos de enorme expressão que este ano vão ficar a ver navios, e com um enorme rombo nas suas contas.

Contudo, tal como no 1 de maio, a Festa do Avante, que atrai milhares de pessoas todos os anos pode realizar-se, cumprindo as regras impostas pela DGS. Para o primeiro-ministro, a festa do PCP, que marca a rentrée do partido, é uma atividade política, que não pode ser proibida.

Pois bem, fica claro para todos os portugueses que as nossas vidas podem ser suspensas, podem ser proibidas de se viverem, mas para a classe política é que não. E o PCP, é certo e sabido, é essencial para fazer passar vários diplomas na Assembleia da República.

Não sabemos como a crise sanitária estará em setembro, e também é verdade que vivemos tempos de incerteza, mas colocar a classe política acima do país, abrindo exceções, é tratar uma Nação de forma diferente, é não cumprir a Constituição que António Costa tanto cita para justificar o injustificável.

O Governo e o Presidente da República abrem a caixa de Pandora com as suas exceções e escolhas.

Poderão ter a união política que querem, mas uma coisa é certa, não terão a maioria do país com eles, e essa fatura, mais tarde ou mais cedo, chegará.

*Crónica de 11 de maio, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR

Foto: PCP

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