"O (nosso) mais difícil 13 de maio em 100 anos"

Foto: Santuário de Fátima 

Para uma católica como eu, as imagens que esta manhã chegaram a todo o Mundo, de Fátima, dilaceram de forma tal, que é impossível não ceder ante as emoções.
Como lembrou D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, foi "o mais difícil 13 de maio em 100 anos", sem peregrinos, numa Cova da Iria que acordou numa inesquecível neblina matinal e sob uma negra (e estranha) manhã de maio. 

“Pela primeira vez na história, desde 1917, neste grande dia 13 de maio, o teu povo amado, Senhora nossa, vindo dos mais diversos ângulos do mundo não pode estar aqui, em multidão, impedido pelos riscos da saúde pública. De repente, algo que nem sequer podíamos imaginar confina-nos nas nossas casas e priva-nos dos momentos mais desejados e afetuosos da vida, como este que vivemos cada ano junto ti, ó terna mãe”. D. António Marto.
D. António Marto, esta manhã, nas celebrações do 13 de maio

O vazio de um lugar de peregrinação, que sempre foi e será, uma fonte de esperança e fé para milhões de pessoas, provocou-me uma espécie de revolta, de saudade e de um desejo imenso que tudo isto passe. 
A imagem de Nossa Senhora, no tradicional "Adeus" do 13 de maio, sozinha, num imensidão solitária de fiéis e crentes, ficará para a história, sobretudo, das nossas memórias e da nossa Fé.
Talvez por isso, este 13 de maio se tenha tornado num símbolo de perseverança. Pelo menos assim o vejo. 
Por fim, uma nota para a Igreja Católica, que deu hoje ao País e ao Mundo, uma lição de civismo, coragem e respeito por ter decidido prescindir da Fé dos Homens e Mulheres que ali deveriam estar por direito. Se somos todos iguais, se nos pedem, sem critério, que cumpramos as recomendações sanitárias das autoridades de saúde, a justiça faz-se ao cumprirem todos por igual.
21 pessoas, representando as 21 dioceses do país, assistiram à missa desta manhã, em Fátima. O simbolismo é um exemplo e mostra que sim, é possível celebrar a Fé, prescindindo, por agora, da celebração do tempo pré-Covid-19. 
Por tudo isto, pergunto: valerá a pena "primeiros de Maio" e "Avantes"? Para mim, não vale, porque a importância de cada momento e evento nunca será minimizada. É apenas e só uma questão de sensatez. 
Procissão das velas, 12 de maio de 2020. Foto: Santuário de Fátima 

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