Covid-19: os avisos à navegação estão feitos

O mais importante do discurso do Primeiro-ministro, António Costa, desta quinta-feira, não foi os 7 milhões de vacinas - que ainda nem sequer existem - que Portugal autorizou vai comprar por 20 milhões de euros, no âmbito da coordenação entre países da União Europeia.

O mais importante foi mesmo o aviso de que o Serviço Nacional de Saúde não vai aguentar uma segunda vaga gratuita - por irresponsabilidade dos cidadãos. Ao dizer que o País não aguenta um segundo confinamento (e não aguenta mesmo), António Costa está a dizer a todos os portugueses "tenham mas é juízo e não façam disparates".

É certo que a crise sanitária que vivemos não é culpa de governos nem de Estados. É certo e sabido que Costa inscreve no currículo uma prova de fogo que nunca pensou, à semelhança do legado Troika de Passos Coelho, com contornos diferentes e incomparáveis.

Mas na verdade, o que todo e qualquer português pede, numa situação de emergência, é responsabilidade também de quem nos governa. Costa não se saiu mal, mas tem deixado muitos ministros com rédea solta e com uma falta de impreparacao de bradar aos céus.

Se nós temos de fazer a nossa parte, então é bom que se saia do Terreiro do Paço e se vá ao terreno. Porque não basta ler relatórios - quando se lêem - é preciso inteligência para saber o que fazer, onde atuar e quem realmente precisa de apoio.

E se há coisa que este país sabe fazer bem é ajudar nas horas de maior aperto.
Que assim seja. 

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