Festa do Avante: não há canseira (em 2020) como esta


Desde maio, pelo menos, que tem sido uma canseira. Sobretudo, porque, num país consciente, ela não teria lugar. A Festa do Avante, em tempo de Covid-19, vai mesmo realizar-se. 

Sou, desde o início, frontalmente contra a sua realização. Não se trata para mim de ser um evento político ou partidário. Não importa se é o PCP, o PS ou o PSD. Há, em tudo na vida, sensatez e, sobretudo, cautelas que é preciso colocar à frente dos interesses próprios.

Num ano difícil para Portugal, para toda a economia, na sua transversalidade, avançar com a edição da histórica Festa em 2020, é, apenas e só, um capricho e uma teimosia que garante ao PCP o título de 'ridículo' este ano. 

Espanta-me vindo de um partido conhecido por ser exímio nas posições de saúde pública e segurança dos portugueses. 

Espanta-me porque esperava precisamente o contrário de Jerónimo de Sousa.

Espanta-me porque não lhes reconheço irresponsabilidades deste género.

As comparações com outro tipo de eventos que têm sido feitas são, quanto a mim, também elas vazias. Porque não se trata de comparações, trata-se apenas do tal bom senso. Todos os eventos em Portugal, de grande envergadura, foram cancelados este ano. De norte a sul do país, milhares de festas e romarias ficam em 2020 em silêncio. 

O PCP quer fazer diferente. E, ao que tudo indica, fará. Resta saber as consequências de tal decisão. 

E pior que isso, é termos um Governo que assina por baixo. Bem sei que não compete ao Governo decidir sobre a vida interna de outros partidos, bem sei que não pode atentar contra a atividade partidária. Mas coisa bem diferente é assumir uma posição firme e clara sobre o que pensa sobre o que vai acontecer na Atalaia no início de setembro. Não o vi e não conto ver, nem do PS nem do Governo quaisquer tomadas de posição inequívocas.

Isto também é um sinal claro de que as estratégias partidárias seguem em frente, sem Covid que os atrapalhe quando dá jeito.

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