Lesbos: a tragédia das crianças de Moria





Posso ser cansativa ao falar de Lesbos, posso não conseguir que me oiçam, mas até haver uma criança, em situação de refugiados, sem o direito de ter uma infância e um princípio de vida digno, garanto-vos, que não me vou calar.

Por cá, a comunicação social e a sociedade, prefere discutir, até à exaustão, e sem sentido, o facto de um colega de profissão apresentar um noticiário de um canal de notícias nacional. Por cá, insiste-se em discutir temas estéreis que não o deviam ser, simplesmente porque não são notícia. Mas abrir noticiários e fazer posts de alerta sobre o drama de Moria, isso, bem, isso é mais difícil, e não interessa para nada.

Siga, que o mundo digital, e da “carneirada” sem sentido, continuará a dominar o essencial. Para quem assim o quer.

Em Moria, na ilha grega de Lesbos, prosseguem os nefastos efeitos psicológicos decorrentes numa futura geração que é punida, à nascença, pela necessidade de ter uma vida melhor. Os seus pais estão despidos e desprovidos de tudo, tiveram de fugir do seu país, vivem em campos sem condições mínimas de dignidade, sem acesso à escola, sem permissão para viverem uma infância que lhes pertence. Tudo isto, está a acontecer há anos às portas da Europa. Tudo isto continua a adensar-se sem uma resposta social, sem um grito político, sem uma chave-mestra europeia que nos dê sossego no futuro.

Em Moria, há várias tragédias em progressão. As crianças de Moria são apenas um dos lados de um manto negro que me envergonha, que me incapacita de sequer pensar com lucidez. As fotos são de Mattia Marzorati.







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