Liberdade de imprensa: uma machadada sem precedentes em Democracia

O que veio a público, nos últimos dias, sobre a ação do Ministério Público, em mandar escutar jornalistas, violando o sigilo profissional e o direito à proteção das fontes, viola um princípio basilar do Estado de Direito, nunca visto até hoje.

Abre um precedente gravíssimo e não pode, de todo, ser silenciado. É essencial que a Procuradoria-Geral da República esclareça, com firmeza, o que se passou, e que motivações estiveram na origem de uma decisão destas. É de elementar prioridade que nos digam a razão de tal ter sido permitido, sem uma autorização judicial.

Quando chegamos ao ponto de violar a lei, passando por cima de tudo e todos, para saber quem são as fontes de jornalistas, porque isso leva-nos à raiz da fuga de informação, mal vai este país e as suas instituições, tidas como pilares da Democracia.

Este caso não pode passar em branco sob pena de estar em causa a liberdade de imprensa, consagrada na Constituição como valor elementar de uma democracia, que se quer livre e liberta. 

Por fim, dizer que sou das primeiras dentro da classe a apontar o dedo aos erros que todos, enquanto jornalistas, cometemos. E são muitos. Mas não posso calar-me perante um ato, sem precedentes, grave e manifestamente violento, contra o exercício do direito de liberdade de imprensa. 

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