Portugalidade: Alcobaça, entre a serra e o mar, tanto por descobrir

Alcobaça é um território vasto, diversificado e multifacetado, situado entre a serra e o mar. Desde o património à história, passando pela doçaria conventual e uma riqueza local ímpar, descobrir este destino é ir ao encontro da Portugalidade que nos caracteriza.

A cidade, onde os rios Alcoa e Baça se unem, é um dos mais belos recantos de Portugal, onde a história, a paisagem, o lazer, o património e o amor compõe a sua imagem de marca.

O magnífico Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, datado do século XII e Património Mundial da UNESCO desde 1989, é o ponto de partida para a descoberta de um território único, no qual poderá apreciar o importante legado histórico cisterciense assim como usufruir de algumas das praias mais icónicas do país, degustar a mais tentadora doçaria conventual e desbravar novos caminhos por entre as paisagens rurais.

Assumindo a sua condição de lugar histórico e essencial na fundação de Portugal, Alcobaça tem apostado na criação de rotas turísticas, de grandes eventos culturais realizados nos seus monumentos, assim com em percursos interpretativos pelo património ambiental.

É este território e esta portugalidade que vos damos a conhecer. De futuro, quando tudo isto passar, motivos não faltarão para celebrar Portugal.

Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça ou simplesmente Mosteiro de Alcobaça, foi fundado por D. Afonso Henriques, que então doou o território a Bernardo de Claraval, da Ordem de Cister, para aí se construir um mosteiro, cumprindo um voto feito após a conquista de Santarém, domínio mouro até 1147.

Apesar de a Carta de Fundação da Abadia datar de 8 de abril de 1153, só nas décadas seguintes se enceta a construção da parte mais emblemática do mosteiro, como a própria igreja, a maior erigida pelos cisterciences e uma das maiores da Europa.

Classificado como Património da Humanidade pela UNESCO desde 1989, pode apreciar as naves laterais que são praticamente da altura da nave central, o que cria uma maior sustentabilidade do edifício e o torna único.

A fachada do mosteiro é dominada pelo portal do século XIII e pelos nichos laterais nos quais repousam as estátuas de S. Bernardo e de S. Bento. No interior, a nave central conduz ao transepto e à cabeceira, constituída por nove capelas radiantes. É no transepto que estão os túmulos de D. Pedro I e D. Inês de Castro, duas peças escultóricas do século XIV cuja qualidade justificou, em parte, o título de Património da Humanidade.

Saiba mais sobre o Mosteiro de Alcobaça, aqui

Rota de Aljubarrota e a sua histórica Padeira 

Não podemos falar de Alcobaça, sem falar de Aljubarrota, um lugar recheado de simbolismo e história. 

É terra de povoamento antigo, esta que se estende entre o lombo carsificado da Serra de Candeeiros e o oceano Atlântico. Disso nos deu conta Manuel Vieira Natividade, arqueólogo alcobacense que, nos finais do século XIX, revelou um importante núcleo de ocupação neolítica e de períodos posteriores, no vale da Ribeira do Mogo, mesmo ao lado da vila de Aljubarrota.

Mas é outro o motivo que torna o nome desta terra tão conhecido e que faz com que ocupe um espaço histórico e lendário na formação e afirmação de Portugal como reino soberano. A batalha à qual deu nome teve lugar a 14 de Agosto de 1385, contra o exército de Castela, no extremo do “Planalto de Aljubarrota”, como alguns autores nos referem, num território que corresponde à atual localidade de São Jorge, no vizinho concelho de Porto de Mós.

Ficou a batalha com o nome da pequena vila de Aljubarrota, por ventura, pela proximidade e por se tratar de um planalto conhecido com esse nome.

A este importante momento histórico encontra-se associada a personagem lendária de Brites de Almeida, conhecida como Padeira de Aljubarrota, a quem é atribuído o feito de, com a pá do seu ofício, ter aniquilado um grupo de sete castelhanos famintos.

Esta vila foi uma das catorze dos Coutos da Abadia Cisterciense de Alcobaça, tendo recebido Carta de Foral em 1316, pelo Abade de Alcobaça D. Martinho I, renovada pelo rei D. Manuel I em 1514. Aljubarrota foi sede de concelho até à reorganização administrativa do período liberal, no século XIX.

Atualmente, a pequena vila de Aljubarrota fervilha de memórias de tempos passados e a famosa padeira é o pretexto ideal para que todos se sintam convidados a descobri-la e a fruir os seus encantos. Com Brites de Almeida, descubra as vielas exíguas e o casario tingido de branco, banhado de sol filtrado por uma ténue bruma que tão bem caracteriza a luz estremenha.

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Entre a serra e o mar, o verde 

As principais atividades no concelho são a agricultura, a fruticultura, o turismo e a indústria de faianças e cristal. O setor terciário absorve 49% da população ativa, seguindo-se o secundário com 31% e o primário com 19%. 

Mas é entre a serra e o mar que há muito por descobrir. Desde os espaços verdes, onde destacamos o Parque Verde de Alcobaça, passando pelos Jardins de Alcobaça, à Mata Nacional do Vimeiro e terminando no Parque Natural da Serra d'Aires e dos Candeeiros, motivos não faltam para visitas em contacto com a Natureza. 

Descubra aqui os espaços verdes do concelho que merecem uma visita.

Praias 

Entre a Serra dos Candeeiros e o oceano Atlântico, Alcobaça detém uma longa costa reconhecida pela sua beleza natural e diversificada com praias para todos os gostos (família, surf, vela, pesca desportiva, bodyboard, stand up paddle, asa delta).

As nove praias do concelho são na sua maioria premiadas: São Martinho do Porto e Paredes da Vitória são praias galardoadas com a Bandeira Azul e com certificação Praia Acessível – Praia Para Todos. As praias de Água de Madeiros, Légua, Paredes da Vitória, Pedra do Ouro e Polvoeira receberam o galardão “Praia com Qualidade de Ouro 2017”, atribuído pela Quercus.

O Município tem investido em toda orla costeira (acessibilidades, vigilância, apoios de praia) para que esta possa ser usufruída com qualidade pelos veraneantes locais, visitantes e turistas.

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Turismo rural

Alcobaça e a sua região são conhecidas pela qualidade do produto agrícola produzido, facto que historicamente tem origem no trabalho desenvolvido pelos Monges de Cister durante séculos.

Os Circuitos turísticos Granja de Cister surgiram da vontade de promover e divulgar a diversidade turística agrícola local baseando-se na sua qualidade e excelência dos seus produtos.

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Doçaria conventual e a afamada ginja

As melhores pastelarias de Alcobaça, premiadas inúmeras vezes, oferecem durante todo o ano o resultado de pesquisa e recolha de receitas esquecidas e adaptadas à atualidade.

Estas são verdadeiras maravilhas, criadas através de 1001 experiências, de longa prática e dedicação, de paciência e devoção; assim como os licores que ao longo dos séculos foram rodeados de secretismo são tentações disponíveis para todos os que visitam Alcobaça.

A riqueza da doçaria portuguesa tem grande parte da sua origem nos conventos e mosteiros portugueses. As claras de ovos utilizadas para a confeção de hóstias ou para engomar os hábitos deixavam as gemas, que, para não serem desperdiçadas, levaram as freiras e frades a aperfeiçoarem as receitas ancestrais e familiares, criando ou recriando doces ricos em açúcar, gemas e frutos (secos ou da época).

Considerando as potencialidades dos mosteiros e de todo o legado cultural que deixaram, o Município de Alcobaça organiza em 1999 a I Mostra de Doces & Licores Conventuais. Alcobaça tornou-se, assim, pioneira na preservação e divulgação do riquíssimo património cultural que é a doçaria, apostando na tradição gastronómica deixada pela presença dos monges e monjas cistercienses dos conventos de Alcobaça e Coz.

Já o licor de Ginja surgiu em Alcobaça no século XX pela mão de Manuel de Sousa Ribeiro, (1894-1976), nascido em Cedofeita, Porto, no seio de uma família brasonada e abastada, que tinha formação cultural e académica superior obtida em Inglaterra.

Sabe-se que, na década de 20, Manuel de Sousa Ribeiro veio para Alcobaça. Durante esses anos, trabalhou nas duas mais importantes casas agrícolas de Alcobaça no sector de produção de vinhos e aguardentes, tendo-se transformado num reputado especialista em vinhos, vinagres e aguardentes. 

Com os seus conhecimentos e em claro desafio às tradicionais Ginjas (licores) caseiras que proliferavam por Alcobaça, Sousa Ribeiro resolveu fazer “a melhor das Ginjas”, desenvolvendo uma fórmula de fabrico única que se mantém inalterada até aos dias de hoje. E assim nasce a famosa Ginja M.S.R. cujo registo da marca data de 1930.

A maçã de Alcobaça

Contrariamente ao que se poderia supor, não se trata de uma variedade de maçã, nem de maçã produzida exclusivamente no concelho de Alcobaça, mas faz dela um cartaz turístico do concelho e que tem ajudado, e muito, no desenvolvimento da agricultura local e da economia regional. 

A Maçã de Alcobaça é a denominação da maçã qualificada como IGP – Indicação Geográfica Protegida – de diversas variedades. Foi qualificada pela União Europeia e pelo Ministério da Agricultura em 1994, nos termos do Regulamento CEE nº 2081/92. 

Estas entidades reconhecem que as maçãs produzidas nesta região possuem características distintas que reúnem condições ímpares para a produção de maçãs de elevada qualidade. A Maçã de Alcobaça é um produto nacional, produzido nos concelhos do litoral Oeste, obtido por um sistema designado por produção integrada e cujos requisitos, em termos de segurança alimentar, são controlados, em permanência, por uma entidade independente, de modo a salvaguardar a saúde humana e a qualidade do meio ambiente.


É produzida sob um "saber fazer" secular passado entre gerações de fruticultores e segundo as mais modernas e mais racionais tecnologias eco-culturais que permitem melhorar a qualidade. Estas técnicas utilizadas proporcionam segurança alimentar e contribuem para o equilíbrio do meio ambiente.

A Maçã de Alcobaça inclui diferentes variedades de maçã, sendo elas a variedade Casa Nova, Golden Delicious, Red Delicious, Royal Gala, Fuji, Granny smith, Jonagold, Reineta e Pink.

Saiba mais sobre a maçã de Alcobaça, através da Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça

Por tudo isto - e tanto mais - Alcobaça, a um passo de Lisboa e de quem chega à capital, é uma das regiões mais ricas do país. Mesmo para nós, portugueses, é um tesouro em bruto por descobrir. Fica o convite para partirem à descoberta de um dos concelhos mais ricos que temos. É ir!

Informações mais detalhadas sobre locais a visitar, onde dormir ou comer, consulte aqui

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BI – Alcobaça 

População: 56688 habitantes

Área: 408.00 km2

Presidente: Paulo Jorge Marques Inácio

Freguesias: 13

Contactos:

Email: cmalcobaca@cm-alcobaca.pt

Site: www.cm-alcobaca.pt

Telefone: 262 580 800

Fontes: Câmara de Alcobaça; Turismo do Centro.

Crédito das Fotos: Câmara de Alcobaça. 

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