Carlos Moedas: a aposta forte do PSD para roubar Lisboa ao PS

As autárquicas ainda nem sequer mexem, porque há uma pandemia a sobrepor-se a tudo o resto, mas os bastidores há muito que estão ao rubro nas sedes partidárias de norte a sul do País.

A prova de que Rui Rio nunca soube controlar a informação nem a comunicação interna, está aí: teve de antecipar o anúncio do candidato à Câmara de Lisboa devido a uma fuga de informação. Coisa rara na São Caetano à Lapa nos tempos que correm... (ironia).

Posto isto, Carlos Moedas é a figura escolhida para combater o mais que provável recandidato Fernando Medina. A luta será feroz. Pese embora Medina não seja um dos autarcas mais populares que passou pela capital, também dificilmente perderá o lugar, precisamente pelo seu vinco próprio, de um presidente que 'nem aquece nem arrefece'. Contudo, o atual edil que lidera a maior autarquia do país revelou sempre estar à altura da missão que herdou de António Costa. Não se pode dizer que há uma marca de Medina, há sim uma continuidade, seja nas políticas, seja no discurso.

Mas este post é sobre Moedas. E a ambição do ex-comissário europeu é grande. Capacidade para ocupar o cargo, com seriedade e responsabilidade, tem de sobra. Experiência governativa, nacional e internacional, também e qualquer lisboeta poderá ficar descansado se lá chegar. Contudo, a imagem colada à Troika, ao Governo de Pedro Passos Coelho (foi secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro), à austeridade e à resiliência também. Esta é, talvez, a palavra que me vem à cabeça sempre que penso em Carlos Moedas: resiliência. 

Alentejano, de Beja, Carlos Moedas é um dos homens mais bem preparados para qualquer cargo, sobretudo nas áreas financeira e económica. Tem do seu lado a seriedade e isso, nos dias que correm, é uma raridade e uma preciosidade até.  Que lhe corra bem, mas se não correr, que fique por cá, é demasiado valioso para regressar ao estrangeiro, ainda que isso seja um desafio legítimo e compreensível.

CDS abdica de um dos seus maiores pontos de honra 

Uma nota final para falar do CDS que, vai-se a ver, e não avança com candidato próprio na principal câmara do País. 

Compreende-se a necessidade de ir ancorado no PSD, e os sociais-democratas agradecem já que, por um voto se ganha, por um voto se perde. Ainda assim, também esta decisão revela bem a dura crise - e que já aqui escrevemos recentemente - em que está mergulhado o Largo do Caldas. Lisboa sempre foi - e devia continuar a ser - ponto de honra autárquico para os democratas-cristãos. Pelos vistos, Francisco Rodrigues dos Santos continua a mostrar que cumpre apenas calendário. Só que cada dia conta e faz a diferença nos remendos que há a fazer. O doente já está ligado à máquina e, temo, que seja muito tarde para o trazer à vida e a respirar. Veremos. 

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