Justiça: a velha senhora esquecida. A fatura chegará


Em tempo de pandemia, há setores que asfixiam, que estão ainda mais esquecidos. Neste ano que passou, de muitas áreas se tem falado. É verdade que a economia está bloqueada, ligada à máquina, numa travessia desesperada, a gritar por oxigénio. Contudo, um dos setores de que pouco se tem falado é a Justiça. Qual o real impacto da vida suspensa nos tribunais? Qual o custo económico para os cidadãos e para a verdadeira justiça que representa a equidade social? 

Lamento muito que poucos falem desta fatura que vai chegar. E da pior maneira. Quando todos nós precisarmos da justiça e ela nos falhar. 

No dia da posse do presidente da República, lamento, uma vez mais, que de Belém nem uma palavra. É mais importante a ridícula publicidade gratuita a um suplemento vitaminico nos jardins do palácio do que o marasmo que se vive nos tribunais, da lentidão do sistema, dos processos à pinha nas secretárias do sistema. 

A imagem revela as horas que passei num tribunal em Lisboa para consultar um processo. E na condição jornalística. Sabe Deus - e o Diabo - quantos Pai Nossos precisaria se fosse pessoalmente. 

Havemos de lá chegar. À hora mais negra de muito caos judicial, num sistema cada vez menos judiciário. 

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