Retorno às origens: um caminho que nunca terá fim


Fotos: Ana Clara

Julho de 2021.  Regressamos às origens, à terra que nos viu nascer e nos ensinou a dar os primeiros passos. Na realidade, eu tenho duas, uma aldeia e outra cidade. 

De Abrantes à Louriceira (concelho de Mação) distam, mais coisa menos coisa, 25 km. Na viagem, percorremos quatro concelhos: Abrantes, Sardoal, Mação e Vila de Rei. 

Concelhos de interioridade, onde o desenvolvimento chegou mas em muitos locais ainda falta muita coisa. Permanecem iguais como há 30 anos. 

Um postal, a espreitar para o outro lado (Borda da Ribeira). 
Mas reviver o sangue que me corre nas veias, é sempre um bálsamo que necessito para continuar, para respirar. Num tempo em que temos na pele ano e meio de pandemia duríssima, sinto falta da terra onde sobreviver ao vírus é mais fácil do que nas cidades.

Aqui, sobram os velhos, com saúde de ferro, muitos nos 90's. Parecem mais jovens que muitos mais novos. Espírito positivo, ânimo para dar e vender, sorrisos mil. 

Há quatro anos viveram o maior inferno das suas vidas com o grande incêndio de 2017 que lhes esventrou as almas. 

Cruzamento das aldeias de Borda da Ribeira e da Louriceira, na estrada que segue para Chão de Codes. 

Agora, quando pensávamos que o fogo destruiu ainda mais uma aldeia já por si isolada, há sempre esperança num futuro melhor. Saber que há investimento estrangeiro na minha aldeia acalenta-me a alma e o entusiasmo num futuro que tem de passar pelo Interior deste País. 

O futuro é hoje e cabe a cada um de nós inverter a tendência de desertificação que temos há décadas. Que os que podem, o façam! As gerações vindouras agradecem. 

Os animais domésticos, aqui, são muito mais que isso. 

Borda da Ribeira, a aldeia vizinha de Louriceira. A primeira pertence ao concelho de Vila de Rei, a segunda ao de Mação. Divide-as uma ribeira. 

Louriceira, concelho de Mação. 

Os danos do incêndio de 2017 ainda estão bem à vista, com feridas ainda abertas. 


Rio Tejo, em Abrantes. 


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