Scorpions: Rock Believer (a derrubar muros há 50 anos)


Há quem lhes chame lendários. Azeiteiros. Que já deviam estar com as guitarras silenciadas. 

Mas eis que uma pandemia chegou. Já o tempo deles, de facto, tinha terminado, sem nunca ter cessado oficialmente. 

Nos últimos dez anos fui a quase todos os concertos que pude. Todos eram o último. Em cada um deles me despedi. Em cada um deles lá estive. Na primeira fila. No último degrau do palco. Sorrindo. Chorando. Calada. Gritando. Toda uma vida de Scorpions em cada acorde tocado. 


E foi nessa pandemia inesperada que o sangue do rock voltou a renascer, para espanto de muitos e sorrisos dos fãs que nunca os abandonaram. 

O novo álbum, Rock Believer, já está a correr mundo, como toque marcado este mês de abril em Vegas. 

A segunda paragem da Rock Believer World Tour 2022 chega à Altice Arena no dia 10 de maio, pouco tempo depois do lançamento do novo álbum em fevereiro. 



Foi durante o confinamento, que a minha banda voltou a estúdio na sua terra natal, em Hanôver, na Alemanha, levando à criação de novas canções, e por sua vez, o novo álbum de originais. 

2022 marca um ano sui generis. Um ano em que se assinalam os 50 anos do álbum de estreia (22 de janeiro de 1972) e que os havia de colocar na rota do sucesso internacional.

Goste-se ou não, são a banda rock número 1 da Alemanha - e uma das mais importantes das últimas décadas -, que, até à data, acumulam mais de 120 milhões de vendas, mais de 5000 concertos na bagagem e inúmeros clássicos que ainda hoje são ouvidos. Um deles, que marcou a queda do Muro de Berlim, conta já, infelizmente, com nova versão para esta tour, dedicada à Ucrânia. Um wind of change que não se desatualiza, que continua a gritar por paz, por amor, por fim de muros que, em 2022, nunca pensámos existirem. 


A 10 de maio, no Altice Arena, em Lisboa, lá estarei, na primeira fila, aplaudindo-os, como se fosse a primeira vez. Lá estarei, em silêncio, despedindo-me mais uma vez. Pela 18.a vez. Rock believer. Por inteira. 

Até lá, que os sonhos se cumpram, que a música ecoe, e que nunca reneguemos quem somos. Porque serei sempre uma crente no poder dela, na força que exerce e que, meio século depois, ainda serei testemunha de uma das bandas mais icónicas do rock mundial. 


Wind of change, 2022, versão dedicada à Ucrânia. Las Vegas. 

 Imagens: ®️ Direitos Reservados/Scorpions 


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