Ucrânia: abandonada e refém de um destino inglório



A guerra na Ucrânia continua a vitimar. Todos os dias. Todas as horas. 

📃 Aɴᴀ Cʟᴀʀᴀ 

📷 Reuters

O Ocidente, como é seu hábito, acomoda-se a uma realidade, quando ela é persistente. Mas, sobretudo, quando sai da linha editorial das televisões 24 horas por dia. Acontece com todos os acontecimentos. Se pensarem bem, já quase não falamos da guerra no nosso dia-a-dia. Passadas as semanas iniciais, apenas falamos hoje do que se passa a leste unicamente pelas suas consequências. Que chegam às nossas vidas todos os dias, mais pelos preços dos bens que nos tocam na carteira, do que pelo horror. 

Já ninguém clama por justiça afincadamente. Já não nos horrorizamos. É legítimo. Somos carne para canhão nas nossas vidas. Passamos à prioridade seguinte e ao drama que nos chama. Mas é muito importante que não esqueçamos o crime que continua a ser cometido por Putin na desgraçada Ucrânia. É bom que saibamos que somos todos ucranianos. É bom que tenhamos a plena consciência da  morte, do sangue e da destruição de um país livre.

Esta será uma guerra longa. De cidade em cidade até à anexação total. Posso estar redondamente enganada, mas o circo que tem sido por aí via União Europeia para a adesão à comunidade, não passa de uma brincadeira. De muito mau gosto. A ação é hoje. Não sobre escombros só porque não se quer desencadear uma III guerra mundial mais depressa. Que Ucrânia ficará quando isto tudo acabar? Haverá território? Haverá Estado? Haverá fronteiras? Haverá povo? Ninguém o sabe. Por isso, todos os discursos de algibeira dos atuais líderes europeus são meramente retóricos. E é isso que me aflige. É isso que revolta os cidadãos europeus na sua plenitude.

Um dia a História julgará. Por agora, apenas e só, Pray for Ukraine.

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