Rock believer: a derrubar muros há 50 anos
Há quem lhes chame lendários. Azeiteiros. Que já deviam estar com as guitarras silenciadas.
Mas eis que uma pandemia chegou. Já o tempo deles, de facto, tinha terminado, sem nunca ter cessado oficialmente para aqueles que nunca os abandonaram.
Nos últimos 15 anos fui a quase todos os concertos que pude. Todos eram o último. Em cada um deles me despedi. Em cada um deles resisti. E lhes dei a mão e a alma. Na primeira fila. No último degrau do palco. Sorrindo. Chorando. Calada. Gritando. Toda uma vida de acordes em cada fecho de pano.
E foi nessa pandemia inesperada que o sangue do rock voltou a renascer. Mesmo que a voz já falhe, as lutas revolucionárias e o amor – sempre o amor – continuam lá. O novo álbum, Rock Believer, viu a luz do dia em abril, com toque marcado para uma Tour que acalenta um Klaus Meine que resiste, com uma banda a ampará-lo, se preciso for. A Believer World Tour 2022 chega amanhã ao Altice Arena.
Será um passeio – de novo – lá atrás, aos êxitos de sempre, e com um renovado ‘Wind of Change’ (símbolo da
queda do Muro de Berlim) dedicado à Ucrânia. Um wind of change que não se
desatualiza, que continua a gritar por paz, por amor, por fim de muros que, em
2022, continuamos a combater.
Amanhã, lá estarei, na primeira fila, aplaudindo-os, como se fosse a primeira vez. Lá estarei, em silêncio, despedindo-me mais uma vez. Pela 18.a vez. Rock believer. Por inteira.
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