'75 dias na Ucrânia': a importância de documentar uma guerra
'75 Dias na Ucrânia' . O nome é revelador e ao mesmo tempo perturbador, à medida que percorremos cada fotografia que o João Porfírio, fotojornalista e editor de fotografia do Observador, captou desde 24 de Fevereiro (dia que marca a invasão da Rússia em território ucraniano) e durante 75 dias.
O João percorreu várias cidades, desde Kiev, Kharkiv, Bucha, Irpin, Odessa, Lviv, Zaporizhzhya, Mikolaiv, Hostomel e Borodianka.
São fotos que não podem deixar-nos indiferentes. Que nos despertam (ainda mais) para um horror impensável num país europeu, dentro de um velho continente que tanto lutou pelas democracias.
Desde as fugas em massa, o sofrimento de mulheres, crianças e mais velhos que tiveram de deixar tudo para trás, passando pela dor de os homens, pais, irmãos, amigos terem de ficar e dar o corpo às balas invasoras, mas também mortes, feridos e morgues improvisadas, destruição total em cidades, vilas e aldeias como qualquer uma em Portugal. A lente do João captou o principal do horror que se vive na Ucrânia desde Fevereiro de 2022.
Notas finais:
Durante todo o tempo em que a exposição estiver aberta ao público haverá um som ambiente de música orquestral em que de X em X minutos essa música é interrompida pelo som das sirenes de possível ataque aéreo. Esta playlist tem a curadoria do maestro Martim Sousa Tavares, fundador e maestro da orquestra Sem Fronteiras.
Na exposição há ainda uma instalação que simulará um bunker, ladeado por sacos de areia empilhados em cima uns dos outros, está uma televisão onde estará a passar todos os vídeos captados pelo jornalista durante todas as suas reportagens.
O público pode ainda ver alguns objetos que o fotojornalista trouxe da Ucrânia, entre eles, uniformes de militares russos e ucranianos.
Mário Cruz, um dos mais reconhecidos fotógrafos nacionais, é o curador da exposição em português e traduzida igualmente em inglês e ucraniano.
Pode visitar a exposição até 16 de outubro, na antiga lota de Portimão, junto à zona ribeirinha. A entrada é gratuita.
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