TAP: o eterno monstro do País
Décadas e décadas de nacionalizações e privatizações. Anos a fio de brincadeiras com a gestão de uma empresa que devia ser exemplo para Portugal. É nisto que se resume a companhia aérea portuguesa. Chegados aqui, e depois de tanto tombo, eis que nos colocam a nu, sem vergonha nem decoro, os meandros da sua última gestão. Pontuam por esta história autênticas vergonhas, de amiguismos, jogos de poder, egos maiores que o Céu e uma promíscua relação entre Governo e administração.
Isto é apenas a ponta do icebergue que as circunstâncias mediáticas obrigaram a vir a lume. Repliquemos isto pelas milhares de empresas públicas. O resto podemos imaginar.
Um Estado de bem tem a obrigação de garantir o bom uso do dinheiro público. Em primeiro lugar porque gerir com o dinheiro alheio é, logo, meio caminho andado para a irresponsabilidade. É por isso que os escolhidos deverão sê-lo à prova de bala. Com margem de erro, porque quem não erra? Mas entre erros naturais e humanos e caciques de interesses vai uma grande distância. Depois porque, mesmo em áreas estratégicas, como é o caso da aviação, não é possível conciliar ideologia ou valores partidários quando a questão é não perder dinheiro. E esse tem sido o grande jogo da história da TAP, refém de sucessivos governos e jogos de pingue pong que a única coisa que deram foi dívida a rodos e desmantelamento de uma companhia que devia ser séria e sustentavel.
Posto isto, eis-noa chegados a esta vergonha que temos em cima da mesa e vamos continuar a financiar com os nossos impostos.
O povo neste país é manso. A classe política também. E assim seguirá o passeio. Injeção de capital atrás de injeção de capital, de novas administrações, incapazes de colocar a TAP no lugar onde devia estar: uma companhia aérea sustentável, com serviço de qualidade e exemplo para outras empresas nacionais.
Continuaremos a ver o filme de sempre, à boa maneira tuga.
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