José Luís Carneiro: um político da Província igual a si próprio
José Luís Carneiro. O nome é mais desconhecido do que a cara. O actual ministro da Administração Interna antecipou-se a Pedro Nuno Santos na corrida à liderança do PS. Fê-lo a partir de Coimbra. É um homem que vem do Interior, que capitalizou no percurso que fez nos últimos oito anos no Governo. Não sendo a figura mais carismática, assume a sua candidatura como uma "autonomia" da qual, considera, o partido não pode prescindir. É um homem de consensos, mas com apoios frágeis num partido que continuará, provavelmente, a querer outros, que considera mais fortes e com outras bagagens e apoios. É, sem margem para dúvidas, mais aberto a acordos e a posicionamentos mais abrangentes do que outros. Seja como for, José Luís Carneiro conhece melhor que ninguém o País real, o Interior e as suas dificuldades. Recorde-se que foi presidente da Câmara de Baião. Tem uma posição muito simples sobre o que pensa e fala de forma clara e igual a si próprio. A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas deu-lhe outro capital extremamente importante para quem vai ao terreno e conhece os portugueses. O MAI terá certamente sido outro desafio que o impulsionou, com destaque para os incêndios, tema bastante sensível na sociedade portuguesa e com traumas que vieram no caminho, sobretudo em 2017. Foi, na pandemia, um dos rostos que se destacou na forma como foi chamado a lidar com inúmeras crises políticas. A sua candidatura, por si só, já valerá a pena, num País cada vez mais desigual e ante tantos novos protagonistas que vão a votos no ano em que celebramos os 50 anos do 25 de Abril.
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