A caminho das legislativas: os setores esquecidos
Estamos oficialmente em campanha eleitoral. Aconteça o que acontecer - e todos sabemos como vai ser fértil em arruadas, almoços e jantares - uma coisa é certa: estas são as eleições com os candidatos mais fracos politicamente desde que me lembro.
Seja quem for o primeiro-ministro, terá muito que aprender, não só nos dossiers como na linha que define um Chefe de Governo. Bem sei que terão tempo de aprender, o que me preocupa é que nós é que seremos as cobaias.
Num país que diz querer ser mais desenvolvido e estar no topo da inovação e da tecnologia, é lastimável que não se tenha ouvido até agora uma ideia sobre Justiça, Agricultura, Ambiente e Cultura. Escolho estes 4 setores porque, cada uma à sua maneira, é decisivo no futuro que queremos ser.
Sem Agricultores não temos comida de qualidade nem soberania alimentar digna. Sem Justiça não há Estado de Direito, sem Ambiente não há combate às alterações climáticas nem às secas severas que nos vão atingir como nunca. Sem Cultura, não há país que pense e escolha pela sua cabeça.
Se não o fizeram até agora, não será no circo das próximas duas semanas que o farão. Eu pergunto: a que eleitorado estão a passar um atestado de estupidez? Somos nós, claro, e somos todos, sem excepção.
Junte-se a isto o cenário de ingovernabilidade com que
acenam os que se dizem mais responsáveis e não duvidemos. Em menos de um ano,
estamos nas urnas outra vez. Obrigada, Senhor Presidente da República e Senhora
Procuradora-Geral. Graças ao vosso golpe de regime estamos aqui, num barco
ainda mais à deriva.
Nota: Podcast de 26 de Fevereiro na Antena Livre. Ouvir.
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