As polícias
Esta é uma carta aberta ao coração de todos os polícias deste país. Há semanas que encetaram uma luta sem igual neste país. Por uma dignidade que exigem e lhes é devida por direito. Homens e mulheres que todos os dias arriscam a vida por todos nós e são mal pagos, pouco reconhecidos e que, ao contrario da maioria de nós, não vê reconhecido pela Constituição da República Portuguesa o direito à greve.
Se isto tudo já é lamentável e indigno, fico chocada com o tom de ameaça que vem do próprio Governo deste País depois do que aconteceu ontem em Famalicão num jogo de futebol.
Os polícias chegaram ao limite. Têm manifestado tudo quanto os atinge de forma civilizada e ordeira. Digna. Mas quando não há efetivos para garantir a segurança de um jogo de futebol, não vejo ninguém, no caso este triste Governo e Estado, a condenar o comportamento selvagem das pessoas. Não vejo ninguém a compreender que sem as forças de segurança não temos País. Todos compreendem greves desta ou daquela classe profissional. Mas é ignóbil ver que as polícias continuam a ser tidas como arma de arremesso e os seus problemas, graves e reais, estão lá longe, e caem no bolso roto desta cambada de políticos que temos.
Que não desistam agora. Que aguentem. Que não verguem. Este País tem de vos dignificar. Se isso não acontecer, este País continua sem futuro e sem cuidar de um Estado que já é tudo menos de direito.
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