Legislativas 2024: o pântano em construção

No ano em que se comemora meio século de 25 de Abril, Portugal começa com umas das legislativas que mudam, de forma clara, a base político-partidária deste País.

Luís Montenegro venceu, à tangente, as legislativas de 10 de Março. Foto: AFP


O Centrão, PS e PSD, tiveram ontem a prova de que o eleitorado se cansou do tal bipartidarismo de que André Ventura falava ao início da noite. André Ventura e o Chega são aliás os grandes vencedores e que, além de quadriplicar votos, se transforma num partido com relevância nacional e que terá de ser olhado com seriedade.

Um milhão de votos. Foi quanto o Chega alcançou e corrobora as ondas europeias de crescimento da extrema direita. É bom que nos deixemos de brincadeiras e olhemos, à séria, para o que se está a passar em Portugal com o Chega há muito tempo.

Aconteça o que acontecer, o xadrez político no Parlamento continua a fazer o caminho de um novo paradigma de governação em Portugal. E será frágil a que vamos ter com este cenário. Num momento crítico para o País em vários setores, com reformas estruturais há tanto adiadas, temo que tenhamos por muitos anos o futuro e a esperança adiados.

A vitória de Pirro da AD mergulha Portugal num pântano aberto por um homem que está sentado em Belém e com uma bomba que ele próprio detonou.

Uma nota final para o CDS que, à boleia do PSD, regressa ao Parlamento com Nuno Melo, dando nova vida a um partido que, seguramente, não ressuscitaria tão cedo.

Hoje Portugal não acorda mais tranquilo, acorda sim totalmente dividido num Parlamento como nunca vimos até hoje. Seja feita a vontade do Povo.

*Podcast de 11 de Março na Antena Livre. Ouvir aqui

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