O Pedro



Este é um domingo que nos dá um murro no estômago. Acordar com a notícia da morte do Pedro (Cruz), um dos nossos, é como ver parte de nós ir também. Conheci o Pedro há 20 anos no Parlamento, ele pela SIC, eu uma jovem estagiária na extinta e histórica A Capital. 

Nos Congressos lembro-me de estórias partilhadas entre mim e o meu antigo Chefe de Redação, João Naia, em que o Pedro também vinha sempre à maré, quando tínhamos a sorte de nos reencontrar nos conclaves partidários. Sempre disponível, sempre camarada, sempre atencioso. No meio de tantos, da adrenalina diária, da pressão constante, o Pedro parava, olhava, questionava sempre e dava a mão. Sempre em busca do conforto dos seus pares. Isso não acontece com todos. 

A vida não vale mesmo  nada, é um sopro que, em um segundo, se esfuma. Mas seguimos, com a certeza que a perda de alguém que respeitamos e marcou a nossa vida, tem de fazer sentido, mesmo que agora não o faça. Que a viagem seja leve, querido Pedro. Que faças uma festa por aí com tantos que já nos deixaram, acredito mesmo que um dia nos reencontraremos todos. 

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