António Costa e a Presidência do Conselho Europeu

António Costa conseguiu o cargo que há muito ambicionava. Finalmente será Presidente do Conselho Europeu, cujas funções inicia em Dezembro. 

Foto: Reuters

Em Portugal, as opiniões dividiram-se na opinião pública, com ênfase nas hostes partidárias. Enquanto portuguesa, fico muito contente com o facto de, pela primeira vez, um português ocupar este cargo. Tal como fiquei quando Durão Barroso foi presidente da Comissão Europeia e António Guterres chegou a Secretário-Geral da ONU. 

Pese embora as polémicas, António Costa não resistiu a uma crise política que mudou a história recente do País, num caso que até hoje ainda não tem respostas e que deixou muitas dúvidas sobre a Justiça. Politicamente, Costa tem todas as condições para ser um excelente Presidente do Conselho Europeu. É um político experiente, hábil, que conhece bem os corredores europeus e, acima de tudo, é um negociador nato. Contudo, vai ocupar o cargo num momento particularmente difícil. Não só continuaremos a ter um conflito na Europa, como irá ter de lidar com as consequências políticas e sociais que irão decorrer das legislativas em França que dão a extrema-direita como potencial vencedora bem como com a incógnita que sairá das eleições americanas de novembro. 

Tudo isto não é de somenos para a forma como a União Europeia se posicionará no tabuleiro de xadrez da diplomacia mundial. E, também por isso, as capacidades de António Costa serão decisivas para conduzir o Conselho Europeu. 

A Europa enfrenta grandes desafios. E que seja capaz de contribuir para a segurança, estabilidade e coesão necessárias para construir pontes nos 27 Estados-membros. Que lhe corra bem!

Nota: Opinião/Podcast Antena Livre, de 1 de Julho de 2024. OUVIR

Comentários

Mensagens populares