Segurança: o Estado está a falhar às suas polícias

Tenho estado em silêncio sobre os acontecimentos de violência que se têm registado em Lisboa nos últimos dias. Não quis, nem quero, ser mais uma a falar sobre um assunto sensível como este. 

Foto: PSP
Mas, chegados aqui, depois de tudo o que se tem passado, tenho pouco a dizer. Mas há coisas que não podem ser escamoteadas. E, o meu desabafo, vai em forma de pontos, até porque eu tenho propriedade para falar, conheço relativamente bem a realidade, no caso, da PSP:

✅ O Estado falhou (e está a falhar) às suas forças de segurança. Não há uma tutela nem uma ministra capaz de enfrentar a situação grave que se está a passar. Não há um primeiro-ministro que venha dizer, alto e bom som, que apoia a PSP, em tudo aquilo que no terreno se vai fazendo. Ao ponto do Presidente da República vir hoje falar às televisões, uma a uma (como nunca vi), para apelar à serenidade. Isto diz muito da ausência do Estado de Direito (que não temos neste momento).

✅ Há um agente da PSP que, no exercício da sua função, matou um cidadão. Os factos estão a ser apurados. O julgamento que tem sido feito, na praça pública, às forças de segurança, com a bandeira da imigração, do racismo e xenofobia, tem sido nojento. São terrenos perigosos estes que se abrem. Só quem conhece o contexto de ameaça no combate à violência e ao crime, pode falar. Quando se prime um gatilho, não se o faz gratuitamente. Claro que há erros. Quem não erra no seu trabalho, que atire a primeira pedra. Mas quando se confunde o ramo com a árvore, estamos a colocar em causa um dos braços mais importantes de um Estado de Direito.

✅ Alguma comunicação social tem sido incendiária nas informações e carga informativa, nada imparcial, com que apresenta os factos. Isso também não pode ser escamoteado.

✅ Para finalizar, espero que as forças de segurança não se amedrontem e não deixem de cumprir a sua função, seja em que circunstância for, para cumprir a sua principal missão: manter a ordem pública. E que não lhes doa a mão ante criminosos e atos de violência como os que temos presenciado por estes dias. E, já agora, quem comete crimes e atenta contra a ordem pública, não tem cor, raça ou nacionalidade. E isso, não duvido, um minuto, deve balizar sempre a atuação das forças de segurança. Deste e de qualquer país livre, democrático e justo. 

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