Uma República (cada vez mais) desnudada

Andamos nisto há tantos anos e não aprendemos. A República celebrou 114 anos no passado sábado. As cerimónias, a que o protocolo obriga, permanecem iguais, sombrias, sem discursos arrojados, e pautadas por aquilo que os políticos mais sabem fazer melhor: parecer ser. 



Bem sei que o momento é solene. Mas, será que, em 2024, não há forma de descontinuar o modelo e tornar a coisa mais apelativa para os portugueses? Talvez por isto o desapego ao feriado do 5 de outubro e outros tantos tenham caído na insignificância para muitos de nós. 

Junte-se a isto este ano o facto de terem impedido os cidadãos, na praça do município em Lisboa, de se aproximarem do local, e não poderem assistir à cerimónia, e ajuda-nos a explicar a falta de respeito que a classe que nos governa tem pelos seus eleitores. 

Quando se elimina o elo principal de um acontecimento histórico e que continua a representar a força viva dos poderes instituídos, mostra-se, assim, de forma simples, a importância que tem o povo para esta gente. Esquecem-se é que sem esse mesmo povo, estes senhores que se acham donos do País não eram rigorosamente nada. A República, decerto, ficou muito contente com o 5 de Outubro de 2024. Eu, por mim, era refundá-los a todos! Um político que não respeita quem o elege não merece sequer o cargo que exerce! Mas estamos em Portugal e também sei que o povo é brando, na ação e nos costumes. Até ao dia em que a fogueira deixe de ter lenha para arder!

Nota: podcast/opinião na Antena Livre esta segunda-feira, 7 de outubro. OUVIR

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