António Costa: o conciliador europeu

António Costa começou este domingo o seu mandato como Presidente do Conselho Europeu. O antigo-primeiro ministro português cumpre um antigo sonho, para o qual muito lutou e que nunca escondeu que queria lá chegar. 



Não foi por isso coincidência que o seu primeiro dia de mandato tenha sido em Kiev, na Ucrânia. Uma escolha deliberada que demonstra bem a marca que quer deixar na Europa, no caminho que tenciona seguir e do posicionamento vincado em relação à guerra aberta por Vladimir Putin a Leste. E isso passa pelo apoio inabalável da União Europeia à Ucrânia, algo que já tinha sublinhado na tomada de posse em que disse que “a paz não pode ser a paz dos cemitérios nem pode ser a capitulação”. 

O caminho de António Costa até Maio de 2027 tem tudo para ser de conciliação, algo que faz jus ao seu posicionamento em relação à Europa e ao que deve ser o lugar da União Europeia num mundo geopolítico cada vez mais polarizado e fraturado a nível regional. 

Ninguém tem dúvidas, pelo seu passado e posicionamento ideológico e político, que Costa será um baluarte da defesa maior dos princípios que balizam a construção europeia. 

É o primeiro português e o primeiro socialista a assumir a liderança do Conselho Europeu e tem pela frente desafios de solidez, depois de um mandato anterior difícil, que passou por uma pandemia, pela saída do Reino Unido da União Europeia, pelo início de uma guerra em solo europeu e pelo reacender das tensões no Médio Oriente. Agora, António Costa herda uma pesada herança de gestão de crise, e cabe-lhe ser o tal conciliador, virtude que lhe assenta que nem uma luva. 

O seu poder negocial e a forma exímia como alcança consensos é uma boa notícia para os desafios que tem pela frente. Que lhe corra bem!

Podcast/Opinião de 2 de dezembro na Antena Livre. OUVIR

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