Fronteira entre vivos e mortos para sobreviver às alterações climáticas

'O Dia Mais Longo' é uma série de documentários, em exibição na RTP, que retrata a crise climática, contado através das vozes de agricultores, profissionais de saúde, residentes urbanos e famílias deslocadas. 

Foto: EPA


No seu episódio 2, é impossível ficar indiferente às vidas da população filipina que, de forma severa, já sente na pele os efeitos de uma crise que muitos ainda resistem em reconhecer. É particularmente tocante o exemplo de milhões de pessoas que vivem no Cemitério Norte de Manila, onde a população pobre se instalou porque são as lápides e a pedra fresca que ajudam a suportar ondas de calor que em Março atingem 35 graus. 

As crianças, sempre elas, são os elos mais fracos de um calor extremo que ninguém consegue parar. E são estas populações mais frágeis, por serem vítimas deste fenómeno climático extremo, quem mais tem noção do efeito devastador na vida humana. Mulheres grávidas que não sabem como resistir e proteger os seus bebés que ainda não nasceram, crianças de tenra idade com problemas de asma que sofrem com o calor absurdo, além da sua condição, em que a comida e o dinheiro escasseiam a toda a hora. 

Se alguém tem dúvidas de que os refugiados climáticos já são a grande preocupação da Humanidade, era bom verem esta série de episódios. Não são os cientistas (já que muitos teimam em não acreditar na Ciência) que o dizem, são as vítimas e a sua realidade que o provam na primeira pessoa.

Nota: as Filipinas contavam, em 2023, com 116 milhões de habitantes. Em Manila, vivem 1,6 milhões. Situado no Sudeste Asiático, o país é um dos mais atingidos pelas monções e tufões.

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