O Almirante, que alimenta o tabu, qual Cavaco dos tempos modernos, escreve na revista E, do Expresso deste fim de semana ao que vem. É uma espécie de pré-anúncio de coisa nenhuma. Uma apresentação aos portugueses dizendo quem é, o que pensa, para onde quer ir. "Situo-me politicamente entre o socialismo e a social-democracia, defendendo a democracia liberal como regime político". Assim começa o artigo de Gouveia e Melo.
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Foto: Ministério da Defesa |
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Revista E, Expresso. |
E seguem-se lugares
comuns, ao nível de qualquer candidato do centro ou do espectro socialista e social democrata:
"Considero essencial que a Justiça, enquanto pilar fundamental da democracia, permaneça imune a qualquer tentativa de manipulação e politização, tanto externa como interna, reforçando a sua independência, eficácia e eficiência. Defendo uma Justiça célere, que se distancie do espetáculo mediático e do julgamento na praça pública, uma Justiça que inspire confiança e segurança e não receio e instabilidade nos cidadãos".
"A economia deve centrar-se nas pessoas e trabalhar para elas. É fundamental reduzir as assimetrias sociais extremas e capacitar todos os cidadãos para que possam integrar, de pleno direito, uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Todos contam; ninguém deve ficar para trás. A exclusão social, o racismo e outras formas de discriminação não podem limitar o direito a uma vida digna e livre. A caridade não pode servir para apaziguar consciências".
"Importa também considerar que nenhum Presidente pode ser verdadeiramente “de todos” se estiver claramente associado a uma fação política, pois não terá a independência necessária para representar o interesse coletivo".
E, eis que, no meio de tantos lugares-comum, diz que dissolve o Parlamento se o Governo contrariar promessas. Está apresentado o manifesto, Sr.º Almirante, na verdade igual a qualquer outro. Eu continuo sem perceber quem é. Mas talvez um dia me elucide. Em que dia apresenta a candidatura?
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