Pinto da Costa e a fake news do dia: há poderes que o ex-Presidente não tem

Esta segunda-feira, 17 de Fevereiro, foi atribulada e intensa. O País viveu muitos momentos de êxtase. Desde o funeral de Jorge Nuno Pinto da Costa ao sismo que abalou Portugal ao início da tarde, e que se sentiu fortemente na região de Lisboa. Nestes dias assim, as redes socias enchem-se de incredulidades, a começar pelas fake news e a acabar nelas. E é exatamente aqui que tudo começa mas nunca acaba. Pinto da Costa, mesmo depois de morrer, pode ter muitos poderes desconhecidos, mas o de provocar um abalo sísmico, na verdadeira acepção da palavra, ainda que figurado, não tem. A frase podia até ter sido dita. Mas não foi. Alterar uma primeira página, uma imagem ou um texto original é crime. E, pelos vistos, o crime no digital compensa, e não deixa pegada. Pior, é replicado em páginas sem fim, em grupos de whatsapp, como se não houvesse amanhã. O caso de hoje é-me particularmente caro. Estava no grupo espanhol que detinha há 20 anos O Comércio do Porto e A Capital (jornal onde trabalhava à época). A capa, com data de 30 de julho de 2005, foi escolhida de forma naif e muito caricata, até porque é das mais fáceis de identificar: foi a última publicada e que sairia para as bancas. Descubra as diferenças e retire as suas próprias ilações. 

Primeira Página Falsa:


Primeira Página Verdadeira:



Para acederem à edição verdadeira, aqui.

Há muito que me cansei de ver estas tristes misérias a acontecer diariamente. Não é já humano combater o que todos os dias algumas mentes, sem escrúpulos, fazem, influenciando massas que partilhar e partilham cegamente uma mentira. 

Quando atacam os meios de comunicação social, gostava que pensassem no seguinte: no que às fake news diz respeito (e que são criadas connosco), chegamos a um ponto, em que já não é possível inverter a mentira. São tantas, a cada segundo, que não somos mesmo capazes. Depois, há outras, que por nos tocarem mais, não podem mesmo passar impunes. Se é mesmo isto que os cidadãos querem, rirem-se à custa de um crime e de uma mentira, pois que continuem. Mas, um dia, quando deixarem realmente de ter informação credível e segura, talvez seja tarde e irreversível!

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