18 anos depois: recordar as palavras de Saramago
28 de outubro de 2007. Passaram 18 anos. José Saramago dava uma entrevista ao Diário de Notícias. Hoje precisei de a ler. E achei que partilhar os excertos abaixo nos dá a dimensão de como alguns Homens e Líderes deste Mundo permanecem agarrados a uma ideia política e imperialista que é insana.
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José Saramago em Siena, abril de 1989. Foto de João Cutileiro que pertence ao arquivo da Fundação Mário Soares e Maria Barroso |
Partilho, para memória futura. Das gerações atuais e das futuras. Também é por isto que o Jornalismo é tão necessário nos dias que correm em que se auto-fabricam alegados comentadores, jornalistas-opinion-maker, estrelas do clique fácil ou influencers do soundbite e da desinformação.
“A Europa a 27 é uma dor de
cabeça tremenda. E vai sendo sucessivamente adiada a aspirina que há-de
resolver aquilo. Quis a sorte, ou quiseram as circunstâncias, que o eleitorado
polaco decidisse de repente desviar o rumo. Mas outras Polónias são possíveis
na Europa. Além disso, a Europa não existe. Existem Europas sucessivas
historicamente que vão mudando de cara, de dono, ou de força predominante.
Essas são as Europas. Não aquilo a que possamos chamar fisicamente uma Europa”.
“Conseguir a paz dentro deste
continente não era pequena coisa. E, pelo menos, isso conseguiu-se até agora.
Não sabemos o que é que será o dia de amanhã com um Putin completamente lançado
numa espécie de neoimperialismo. Porque como ele não pode expandir-se muito,
tem de começar pela sua própria casa. Há uma fascinação imperial na Rússia que
é histórica e não sabemos como é que se vai equilibrar isso numa relação com um
grupo como a União Europeia”.
Ler entrevista aqui.
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